Descomplicando a Química
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A Água
A Água
A água, bem comum à humanidade, é um recurso natural de valor econômico, estratégico, social e essencial à vida no planeta.
Seus múltiplos usos são indispensáveis, não apenas à manutenção dos ecossistemas e preservação da vida aquática, mas também a um largo espectro de atividades, em qualquer nação, independentemente de seu desenvolvimento , onde se destacam o abastecimento público e industrial, a irrigação agrícola, a produção de energia elétrica, piscicultura e atividades de lazer e recreação.
Cada uma das atividades, conforme a finalidade de uso, exige água com características peculiares necessitando da presença de profissional da Química para controlar e monitorar a qualidade da água utilizada.
O Químico possui grade curricular que permite atender às exigências da legislação quanto à qualidade de água para todas as atividades citadas, sejam elas subterrâneas ou superficiais.
Com a realização do XV Jogos Pan-Americanos em nossa cidade, deve-se destacar que a água destinada à prática de esportes ou à recreação com contato direto do Homem, nas piscinas, cursos d’água, cachoeiras e outros não devem conter agentes químicos ou microbiológicos capazes de causar danos à saúde do ser humano.
Nas piscinas, por exemplo, deve-se constantemente se avaliar a turbidez, a acidez, a alcalinidade e garantir a ausência de bactérias e de algas.
Professor Delmo Vaitsman
A bússola natural das aves está nos olhos, sugere estudo de bioquímicos
“Bússola natural” das aves está nos olhos, sugere estudo de bioquímicos
É improvável que uma pessoa descubra para que lado fica o norte apenas olhando ao seu redor, mas um grupo de bioquímicos acaba de mostrar que aves migratórias provavelmente possuem essa habilidade. Já se sabia, na verdade, que algumas delas conseguem distinguir os pontos cardeais, mas ninguém sabe bem explicar como elas fazem isso. Um experimento de britânicos e americanos mostrou agora que é bem possível que o segredo esteja nos olhos.
O que os cientistas fizeram, na verdade, foi construir uma “bússola química”, uma molécula cujas propriedades se alteram quando é submetida ao campo magnético da Terra. Em estudo na edição de hoje da revista “Nature”, eles descrevem, pela primeira vez, como uma estrutura orgânica tão pequena pode funcionar.
A nova molécula sintética é parecida com a clorofila, que absorve a luz para gerar a energia química das plantas, mas tem mais uma propriedade: a intensidade da energia que ela gera muda quando ela está alinhada com um campo magnético, como o da Terra.
Essa possibilidade já havia sido teorizada, mas ninguém punha muita fé que uma molécula orgânica pudesse responder ao magnetismo terrestre, que é bem mais fraco do que o de um ímã de geladeira. Os pesquisadores mostraram que, na nova “bússola química”, quando uma quantidade de luz é absorvida, um elétron migra de uma ponta para a outra e depois volta, gerando uma tênue corrente elétrica.
“No olho de um pássaro, onde é possível que isso ocorra, um material de coleta [de luz] diferente provavelmente faz isso, mas não se sabe ainda exatamente qual”, disse à Folha o bioquímico Devens Gust, da Universidade do Estado do Arizona, um dos autores do estudo. “Há evidências de que um material chamado criptocromo, um pigmento protéico achado tipicamente nos olhos de aves, possa fazer o mesmo tipo de transferência de elétrons da nossa molécula.”
Se conectada a um neurônio, uma bússola química poderia repassar sua informação diretamente para o cérebro.
O trabalho de Gust e de seus colegas deu força à teoria que estava perdendo espaço para uma outra hipótese –a de que o bico das aves possui partículas magnéticas que servem como pequenas bússolas tradicionais. “Mas pode ser que os pássaros usem ambos os mecanismos”, diz Gust.
O estudo, publicado hoje na revista “Nature”, deve gerar um interesse pelo criptocromo. Se não for ele quem representa a “bússola química” nos animais, os biólogos devem então começar a procurar a molécula certa. O grupo de Gust diz que tentará criar uma molécula com aparência menos sintética, mais parecida com aquilo que efetivamente deve ser a rosa-dos-ventos das aves migratórias.
RAFAEL GARCIA da Folha de S.Paulo
A Coruja e a Sabedoria
A Coruja e a Sabedoria
Não é por acaso que a Coruja é tida como um símbolo de sabedoria em diversas culturas, pois ela pode ver o que os outros não conseguem: a essência da verdadeira sabedoria. Onde outros se iludem, a Coruja percebe com precisão o que realmente ali se encontra, já que é uma excelente conhecedora dos segredos da noite.
A coruja da filosofia é a Coruja de Minerva. Minerva é uma deusa romana e seu equivalente grego é Athena. Athena, a deusa grega da sabedoria, possuía uma Coruja de estimação que permanecia sempre em seu ombro e lhe revelava as verdades invisíveis. Essa Coruja tinha o poder de iluminar o lado obscuro da deusa, capacitando-a a perceber toda a verdade e não apenas aquela parcela da verdade que podia discernir sem seu auxílio. Em função disso a coruja ficou associada à deusa da Sabedoria. Eis a ave da deusa da Sabedoria e da Justiça: atenta coruja, cujo pescoço gira 360º, possuidora de olhos luminosos que, como Zeus, enxergam “O todo”. Devido a todos esses atributos, a Coruja simboliza também a Filosofia, os Professores e nossa proposta de Conhecimentos Sem Fronteiras: integrar todas as formas de conhecimento com o olhar para O Todo.
Uma outra característica que a associa com a sabedoria é a sua alta capacidade de ver no escuro, como se ela conseguisse ver o que os outros não vêem.
A coruja tem a capacidade de ver uma quantidade de luz 100 vezes a mais que o ser humano. Ela também tem uma ótima audição. A disposição de seus olhos permite uma ótima percepção do relevo e da distância. A coruja é capaz de piscar um olho e também girar a cabeça até três quartos da rotação total, para poder enxergar as coisas que estão ao seu lado. Assim como muitas aves, são animais muito fiéis ficando juntos até o fim da vida.
Em latim é Noctua, “ave da noite”. Noturna, relacionada com a lua, a coruja incorpora o oposto solar. Observem que Athena é irmã de Apollo (Sol). É símbolo da reflexão, do conhecimento racional aliado ao intuitivo que permite dominar as trevas. Apesar de haver uma forte associação desta ave à escuridão e a sentimentos tenebrosos, o que é natural a um ser noturno, o fato de ela ter sido (devido a suas específicas características) atribuída à deusa Athena também a tornou símbolo do conhecimento e da sabedoria para muitos povos.
Na introdução de sua obra Filosofia do Direito, o Filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1830), escreve o seguinte:
Quando a filosofia pinta cinza sobre o grisalho,
uma forma de vida já envelheceu e, com o cinza
sobre cinza não se pode rejuvenescer, apenas reconhecer;
A coruja de Minerva alça seu vôo
Magia
Presságios
Espaço e tempo.
A verdade emergira
Da luta silenciosa
Dissipando a ilusão?
Pássaro da Cura Sagrada.
A institucionalização da Química no Brasil
A institucionalização da Química no Brasil
No Brasil colonial, as atividades químicas estiveram ligadas sobretudo à indústria açucareira, à mineração e metalurgia, aos fármacos e à produção de pigmentos e diversos produtos químicos. Não havia, naquele período, ensino de química, nem em nível aplicado, nem muito menos superior.
O ensino no Brasil coube à ordem dos jesuítas, que adotaram a Ratio studiorum nos 17 colégios que fundaram. Nesse modelo, o ensino das humanidades, da filosofia e da retórica, tinham precedência sobre as ciências. Embora alguns estudiosos considerem “superiores” os estudos, nos seminários, de matemática, filosofia e teologia, as aulas de ciências eram de matemática ou de astronomia, mas não ainda de química.
As reformas do Marquês de Pombal e a expulsão dos jesuítas, não modificaram o quadro do ensino no Brasil. Pombal revitalizou a Universidade de Coimbra, onde estudaram muitos brasileiros, alguns dos quais se destacaram na Química e na Ciência luso-brasileira, como: Vicente Coelho Seabra Silva Telles (1764-1804), autor em 1790 do primeiro texto lavoisieriano de química em português, os Elementos de Química, o mineralogista José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838) e o metalurgista Manuel Ferreira da Câmara Bittencourt de Sá (1762-1835).
No vácuo dos jesuítas, outros religiosos fundaram cursos no Brasil. No Seminário de Olinda, fundado em 1798 pelo bispo José Joaquim da Cunha Azeredo Coutinho (1742-1821), a Química seria lecionada pela primeira vez em nível superior, ao lado da história natural e da física experimental na cátedra de filosofia natural.
Assim, a estrutura do ensino no Brasil só seria modificada no início do século XIX com a vinda do príncipe regente D. João (1767-1826) e da corte portuguesa para o Brasil. A nova situação política levou à criação de uma série de instituições destinadas ao ensino profissional superior, à difusão dos conhecimentos, aos estudos das riquezas naturais e ao cuidado com assuntos urgentes de importância econômica para o novo Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, que se fundaria em 1816. Estas medidas não foram, todavia, fruto de uma política cultural que visasse o fomento das ciências em si, mas ditadas pelas necessidades de momento e concebidas de um ponto de vista utilitário, prático e imediatista, com ênfase mercantilista na exploração das riquezas naturais do país.
Dentre as medidas relevantes que foram tomadas por D. João, estão a criação da Escola de Anatomia e Cirurgia, na Bahia, em fevereiro de 1808, da Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica, no Rio de Janeiro, em abril de 1808 e do Real Horto, mais tarde Real Jardim Botânico, destinado à aclimatação de plantas exóticas e de eventual interesse econômico. Ainda no Rio de Janeiro, surgiram, em 1810, a Academia da Marinha e a Academia Real Militar, mais tarde Escola Central, da qual se originou a Escola Politécnica, atual Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, além da Impressão Régia. Em 1812, foi criado o Laboratório Químico-Prático do Rio de Janeiro, e, em 1818, o Museu Real, depois Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
As aulas de Química vinculadas aos cursos da Academia Real Militar e às Escolas de Medicina da Bahia e do Rio de Janeiro, imprimiam-lhe um caráter de ciência básica, necessária a outros conhecimentos. Ao problema causado pela falta de tradição no estudo da Química (verificado também em Lisboa) e pela escassez de recursos, pode-se adicionar a distância do Brasil aos centros de estudo das ciências, num período em que a Química se desenvolvia muito rapidamente.
O sistema de ensino superior, muito calcado no sistema francês, limitava-se a algumas poucas escolas profissionalizantes, que tinham como incumbência a formação dos elementos indispensáveis ao funcionamento da sociedade (engenheiros, médicos, militares e bacharéis), e eram destinadas, prioritariamente, aos descendentes das camadas dominantes.
O Laboratório Químico-Prático (1812-1819) foi o primeiro laboratório no qual a Química não estava vinculada ao ensino e tinha, como premissa básica a análise de materiais oriundos das diversas colônias portuguesas que pudessem ser utilizados no comércio, principalmente entre os portugueses e chineses.
Nova iniciativa de criação de um laboratório capaz de analisar materiais nacionais, vegetais e minerais, teria lugar em 1824, com o estabelecimento do Laboratório Químico do Museu Nacional (1824-1931). Neste laboratório, além das análises de pau-brasil e minerais nacionais, eram ministradas aulas de química das Escolas Superiores e do Collegio de Pedro II, além de pesquisas em toxicologia e medicina legal.
Embora seu objetivo principal fosse o estudo da ciência militar, a Academia Real Militar foi estruturada de modo a tornar-se também um, centro de estudos das “ciências exatas e de observação”. Seu currículo incluía um curso completo de ciências matemáticas, física, química, mineralogia, metalurgia e história natural. O Decreto de 6 de julho de 1811 criou uma cadeira de química no 5º ano.
É interessante notar que as obras em que o professor de química deveria basear seu curso são todas de autores franceses. Não se recomendavam obras brasileiras ou portuguesas, já existentes e de alta qualidade, como as de Vicente Coelho Seabra Silva Telles e Manuel Henrique de Paiva (1752-1829).
Em 1810, Daniel Gardner (1785-1831), Doutor em Medicina, professor de química na Academia, publicou o primeiro livro de química impresso em português no Brasil – “Syllabus ou Compêndio das Lições de Química”. Gardner chegou a anunciar na Gazeta do Rio de Janeiro as aulas públicas de química e filosofia natural que ministrava às sextas feiras. Tratava-se de uma iniciativa única: um particular propondo-se a lecionar ciências para o público em geral.
Pelo Decreto Nº 2166 de 1º de março de 1858, a então Escola Militar passou a se chamar Escola Central, permanecendo sujeita, porém, ao regime militar. A nova instituição estava destinada ao “ensino das matemáticas e ciências físicas e naturais” e, também, ao das “doutrinas da engenharia civil”. Além do ensino preparatório, existiam dois cursos: um, suplementar, de engenharia civil (dois anos) e outro, de matemática e ciências físicas e naturais (quatro anos).
O naturalista suíço Louis Agassiz (1807-1873), ao visitar a Escola Central em 1865, julgou-a nestes termos: “A Escola Central corresponde ao que nos Estados Unidos chama-se de Scientific School. Em nenhuma parte do Brasil, vi um estabelecimento de instrução, onde os métodos aperfeiçoados sejam tão altamente apresentados, tão geralmente adotados. Os cursos de Matemática, de Química, de Física, de Ciências Naturais são extensos e seriamente fitos: mas mesmo neste estabelecimento notei a mesquinharia dos meios de demonstração prática e experimental; os professores não me parecem ter suficientemente compreendido que as ciências físicas não se ensinam unicamente e principalmente nos compêndios”.
Professor Julio Carlos Afonso
A deliciosa química do chocolate
A deliciosa química do chocolate
O chocolate é um dos poucos alimentos que provocam paixões. O simples ato de pensar naquela barrinha preta e cremosa derretendo na boca e liberando seus 80% de cacau já é estimulante e desencadeia boas sensações. O cacau é repleto de substâncias psicoativas, tais como teobromina, cafeína, serotonina e histamina, entre outras centenas já conhecidas.
Theobroma cacao, conhecida como cacaueiro ou árvore da vida, é originária das Américas Central e do Sul. Considerado um presente dos Deuses pelas civilizações Maia e Asteca (Theo-broma = comida dos Deuses), o cacau produzia uma bebida amarga além de ser utilizado como moeda: com 100 grãos de comprava-se um escravo, com 12 os serviços de uma cortesã e com 10 adquiria-se um coelho.
Os europeus “reinventaram” o chocolate para a forma que conhecemos hoje, moendo e prensando as sementes torradas para produzir o licor de cacau, o pó e a manteiga. Após a colheita, os grãos são fermentados e secos por vários dias e, então, torrados. Aproximadamente 55% do licor consistem em manteiga de cacau, uma mistura de diferentes triglicerídeos. A concentração desses lipídeos no licor é muito alta para produzir o cacau em pó e muito baixa para dar a consistência ideal ao chocolate que comemos. O truque do processo é remover, por prensagem, cerca de metade da manteiga para produzir o pó e usar a manteiga resultante para adicionar ao licor e produzir o chocolate em barra.
Durante o processo de fabricação, as amêndoas do cacau passam por vários estágios de aquecimento para remover a água e favorecer as reações entre os açúcares e os aminoácidos dando cor, sabor e aroma. A massa que vai sendo produzida é mantida em constante movimento, reduzindo as partículas do açúcar adicionado e aperfeiçoando a textura final do chocolate. Além do controle da quantidade de gordura, fundamental para a viscosidade final, a adição de açúcar, leite, aromatizantes e uma série de outros ingredientes é o segredo do sucesso de cada fabricante.
Rosangela A. Epifanio- IQ/UFF
A Química e o Esporte
A Química e o Esporte
A Química é a Ciência que identifica e transforma moléculas. Avalia o impacto da composição molecular nas propriedades de tudo o que é constituído por matéria. Por isso, cada vez mais, tem sido chamada a explicar fenômenos moleculares que afetam os seres vivos. O metabolismo (transformação de moléculas nos seres vivos) em particular é afetado pela condição de saúde, bem como por fatores externos como estresse, clima, exercício físico e mental, poluição, alimentação e meio ambiente. De forma mais agressiva, o metabolismo das substâncias endógenas (produzidas pelo organismo) é afetado pela administração de substâncias exógenas. A própria alimentação e no caso das sociedades, os “remédios”, afetam diretamente a composição molecular dos indivíduos. Mesmo o consumo de substâncias ditas “naturais” representam uma agressão molecular ao organismo, pois são introduzidas no mesmo em quantidades elevadas e muitas vezes em composição “não natural”. Os medicamentos sintéticos representam problema adicional por promoverem intensa mobilização dos processos bioquímicos do organismo que, ao identificá-los como corpos estranhos, buscam a sua eliminação.
No esporte a Química tem sido usada para o bem (compreensão da bioquímica do exercício, do esforço físico e da competição) e para o mal (tentativa de melhorar o desempenho artificialmente pelo consumo de drogas). No meio do caminho encontra-se o abuso de substâncias ditas ergogênicas, que por eufemismo têm sido chamadas de complementos alimentares.
Consideradas inócuas, não há evidências científicas que o sejam nas condições de excesso e longo prazo com que são consumidas. Por essas “más” razões o controle de dopagem no esporte é imperativo, preservando a saúde e bem estar dos atletas. Ainda em estágio inicial de desenvolvimento está a “boa” química que permitirá um conhecimento detalhado da participação das moléculas no desempenho esportivo.
A Química e o Futebol
A Química e o Futebol
Uma verdadeira equipe de produtos químicos marca presença nos estádios de futebol.
Repare no gramado. Lá podem estar os fertilizantes agrícolas, que jogam em conjunto com os herbicidas para manter verde, firme e uniforme, a base em que rola a “pelota”. E por falar em bola, adivinhe só quem suporta tantos chutes: o poli (cloreto de vinila), que substituiu com vantagens o couro de procedência animal na fabricação do artigo essencial a qualquer partida: a bola de futebol. O poli (cloreto de vinila), muito conhecido em todo o mundo como PVC, é, aliás, um verdadeiro polivalente. Ele também poderá ser encontrado nas bandeiras agitadas pelos torcedores, no sistema para drenar o campo e até mesmo na cobertura das cadeiras do estádio. Faça chuva ou faça sol, a manta de PVC estará lá, garantindo o espetáculo. Mas há outros integrantes na equipe química.
Para os pés dos jogadores, estão escalados o ABS ou o polipropileno, utilizados na fabricação das travas das chuteiras, além de resinas de poliuretano, elastômeros e adesivos especiais, tudo para permitir dribles e passes que encantem (ou desencantem) a torcida. Para os uniformes, estão escaladas as microfibras de poliéster, mais resistentes a puxões, mais leves e confortáveis. E, para segurar a bola, evitar dúvidas e liberar o grito de gol, lá está a rede de náilon, cobrindo o que locutores de rádio costumavam definir como “a cidadela”.
A Química, é claro, também está na torcida, pintando rostos com tintas especiais, fazendo barulho com cornetas de polietileno e tambores que utilizam filmes de poliéster em vez de couro animal, e saudando as equipes com o nitrato de potássio, empregado na fabricação de fogos de artifício. A Química, pelo que você já percebeu, tem participação garantida em qualquer campeonato.
A Química e o Hipismo
A Química e o Hipismo
A taxa metabólica de um cavalo em exercício intenso é até 60 vezes maior do que sua taxa metabólica basal. A adaptação metabólica para atender ao aumento da demanda por energia e oxigênio, e permitir a dissipação de metabólitos e calor, é iniciada e controlada por fatores neurais, peptídeos vasoativos e hormônios.
O sistema nervoso simpático e o eixo hipotalâmico-pituitário-adrenal liberam adrenocorticotropina (ACTH), adrenalina, noradrenalina e cortisol e são responsáveis pelo aumento do transporte de O2 ao estimular o coração; aumentar o fluxo sanguíneo corporal em até 10 vezes e o muscular em até 75 vezes; aumentar a concentração de hemácias no sangue (pela contração do baço) e estimular a respiração e relaxar os bronquíolos. O aumento do fluxo sanguíneo cutâneo leva ao aumento da sudorese.
As catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) promovem a quebra do glicogênio no músculo e no fígado, estimulam a glicólise no músculo, aumentam a lipólise no tecido adiposo e inibem a liberação de insulina, resultando no aumento de ácidos graxos não esterificados e de glicose no sangue, que são usados como substratos energéticos pelo músculo. A liberação de ACTH induz a secreção de cortisol pelo córtex adrenal, que acelera a gliconeogênese hepática e estimula a lipólise.
A redução dos níveis de insulina mediada por catecolaminas inibe a captação de glicose pelo fígado e aumenta a lipólise no tecido adiposo. Por outro lado, o aumento nos níveis de glucagon estimula a glicólise e a glicogenólise no músculo, inibe a glicólise e estimula a glicogenólise no fígado e promove a liberação de glicose por este órgão. A captação de glicose plasmática pelo músculo é aumentada através do transportador GLUT-4 cuja translocação para a membrana é independente de insulina e induzida pelo exercício.
Os sistemas cardiovascular e renal são controlados pela atriopeptina, pela renina e pelo hormônio antidiurético, mas isto é outra história.
Prof. Joab Trajano Silva
A Química vencendo barreiras
A Química vencendo barreiras
A química está presente em todos os seres vivos. O corpo humano, por exemplo, é uma grande usina química. Reações químicas ocorrem a cada segundo para que o ser humano possa continuar vivo. Quando o nosso cérebro processa milhões de informações para comandar nossos movimentos, nossas emoções ou nossas ações, o que está ocorrendo é química. Quando não há mais química, não há mais vida.
Sem a química, a civilização não teria atingido o atual estágio científico e tecnológico, que permite ao homem sondar as fronteiras do universo, deslocar-se à velocidade do som, quebrar recordes, produzir alimentos em pleno deserto, tornar potável a água do mar, desenvolver medicamentos para doenças antes consideradas incuráveis e vencer barreiras em diferentes campos de aplicação.
A indústria química transforma elementos presentes na natureza em produtos úteis ao homem. Substâncias são modificadas e recombinadas através de avançados processos, para gerar matérias-primas que serão empregadas na formulação de medicamentos, na geração de energia, na produção de alimentos, na purificação da água, na fabricação de bens como automóveis e computadores, na construção de moradias e na produção de uma infinidade de itens, como roupas, utensílios domésticos e artigos de higiene
A química nos acompanha 24 horas por dia. Ela está presente em praticamente todos os produtos que utilizamos no dia-a-dia. Do sofisticado computador à singela caneta esferográfica, do possante automóvel ao carrinho de brinquedo, não há produto que não utilize matérias-primas fornecidas pela indústria química. A maioria dos alimentos chega às nossas mãos em embalagens desenvolvidas pela química. Em nossas roupas, há fibras sintéticas e corantes de origem química. Em nossa casa, há uma infinidade de produtos fornecidos, direta ou indiretamente, pela indústria química. É para ajudar o homem a ter mais saúde, mais conforto, mais lazer e mais segurança que a indústria química investe dia-a-dia em tecnologia, em processos seguros e no desenvolvimento de novos produtos. O resultado é o progresso.
Muito do futuro do homem e do planeta está sendo desenhado hoje pela química. A indústria química trabalha, investe e pesquisa para jogar limpo com a vida. Um jogo em que todos ganham.
Profa. Cássia Curan Turci
Abricó-de-Macaco: Couroupita guianensis
Abricó-de-Macaco: Couroupita guianensis
Couroupita guianensis é uma planta originária da Amazônia. O gênero Couroupita vem do nome popular “Kouroupitoumon”, como é conhecida na Guiana Francesa, onde foi estudada pela primeira vez. Esta árvore pertence à família das lecitidáceas, a mesma da castanha do Brasil, e pode alcançar até 30 m de altura e 60 cm de diâmetro. Seus frutos são bolas marrons grandes que chegam a pesar mais de 3 kg. Sua madeira é leve e, por isso, é muito usada para a confecção de caixotes e brinquedos.
Conhecida popularmente como abricó-de-macaco e castanha de macaco, entre outros nomes, é uma das mais estranhamente belas árvores brasileiras. Não há quem não se impressione com o seu exotismo.
Árvore muito usada para paisagismo devido as suas vistosas e magníficas flores que se agarram diretamente ao tronco durante quase todo o ano, esta árvore embeleza os campi da Cidade Universitária da Ilha do Fundão e da Praia Vermelha. Há um lindo conjunto de espécimes de abricó-de-macaco em frente ao prédio da Reitoria.
As flores do abricó-de-macaco exalam um cheiro suave que lembra o aroma de rosas. Os frutos, quando caem, apodrecem e liberam um odor muito desagradável.
Os frutos contêm entre seus constituintes químicos uma substância conhecida como índigo, que é o corante usado para tingir de azul as calças “jeans” – vestimenta preferida dos universitários brasileiros. É devido à presença do índigo que a polpa do fruto, ao se quebrar, adquire coloração azulada.
O Correio brasileiro, através da Casa da Moeda do Brasil, emitiu no dia 20 de maio de 2002, na cidade de Manaus, um selo que estampa uma linda flor de Couroupita guianensis, como forma de divulgar essa bela árvore brasileira.
Ácido cianídrico, espilantol, tucupi, jambú e maniçoba: a complexa química da cozinha paraense
Ácido cianídrico, espilantol, tucupi, jambú e maniçoba: a complexa química da cozinha paraense
A culinária paraense é a mais genuinamente brasileira, por sua influência indígena, e emprega amplamente a mandioca, alimento de fácil cultivo e rico em amido.
Os cultivares mais usados são a mandioca mansa, aipim ou macaxeira (Manihoc utilissima) e a mandioca brava ou amarga (M. esculenta). Das raízes da mandioca brava é obtido o caldo amarelado conhecido como tucupi, usado no famoso “pato no tucupi”, enquanto que das folhas moídas da mandioca mansa, acrescidas de carnes defumadas, faz-se a maniçoba, ou a feijoada paraense. Todos acompanhados dos vários tipos de farinhas geradas destas raízes.
Ambos os pratos tem um elemento comum no seu preparo: o longo tempo de cozimento das partes da mandioca, em média de 4 a 6 dias. Dado da cultura popular remanescente da tradição indígena, tem como objetivo eliminar o ácido cianídrico presente nestas espécies. O HCN (gás) é gerado quando a planta é moída, descascada ou amassada, pela hidrólise da limanarina, um glicosídeo cianogênico. Esse gás é empregado pelas plantas para se defender do ataque de predadores. Para o ser humano, o cianeto é um veneno que reage com a hemoglobina, impedindo a circulação de oxigênio pelo sangue e que leva à morte rápida por intoxicação. A mandioca brava libera um teor bem maior de HCN que a mandioca mansa, e por isso exige cuidados na alimentação de animais e no preparo de sua farinha.
Mas não para por aí. A culinária paraense ainda faz uso abundante das folhas do jambú (Acmella oleracea) no preparo ou acompanhamento destas iguarias, deixando seus apreciadores literalmente de água na boca e, algumas vezes, de lábios moles. É que o jambú possui, em sua composição, uma substância conhecida como espilantol, uma alquilamida com propriedades anestésicas e que provoca excesso de salivação. Na Amazônia, o chá de suas folhas é usado como anestésico bucal e para dores de garganta.
Claudia Moraes de Rezende
Alimentação e Esporte
Alimentação e Esporte
O sucesso em esportes competitivos está associado ao grau de condicionamento físico do atleta, adquirido durante o treinamento, e ao seu desempenho durante as competições. No entanto, a capacidade do atleta alcançar o seu potencial de máximo desempenho está, também, inquestionavelmente, associada a uma nutrição e alimentação adequadas. O exercício físico intenso tem impacto sobre as demandas nutricionais do organismo, com aumento das necessidades de consumo de energia, água e diversos nutrientes específicos que, se não atendidas de forma correta, podem limitar o desempenho físico e prejudicar a saúde do atleta. No caso do atleta jovem (criança e adolescente), o fornecimento nutricional inadequado é particularmente crítico, uma vez que também prejudica o seu crescimento e desenvolvimento.
Nenhum alimento é suficientemente completo para atender a todas as demandas nutricionais do atleta. A ingestão regular, durante o período de treinamento físico, de alimentos ricos em energia, carboidratos, proteína, micronutrientes e outros componentes bioativos, sob a forma de uma dieta balanceada e variada, é essencial para a manutenção do peso e composição corporal, da capacidade funcional (ex. reflexos neuro-musculares e resposta imune) e da capacidade de reparo tissular (ex. dano muscular) característicos de cada modalidade esportiva. Por exemplo, o consumo de alimentos ricos em amido, tais como cereais e derivados, contribui para manter níveis adequados de glicogênio muscular e para atenuar o estresse hormonal e a depressão da função imune associada ao exercício intenso. O consumo de frutas, hortaliças, leguminosas e sementes oleaginosas, alimentos ricos em antioxidantes, tais como ácido ascórbico, carotenóides, tocoferóis, lignanas, flavonóides e outros compostos fenólicos, contribui para compensar o estresse oxidativo induzido pelo exercício; o consumo de peixes marinhos e óleos vegetais ricos em ácidos graxos polinsaturados de cadeia longa da série n3, contribui para prevenir os processos inflamatórios e a bronco-constrição do exercício intenso; e o consumo de laticínios e outros alimentos contendo probióticos, contribui para manter a normalidade da função imune.
O conhecimento da composição química dos alimentos é um pré-requisito essencial para a escolha apropriada dos mesmos com a finalidade de atender as características nutricionais e fisiológicas das diferentes modalidades esportivas.
Professoras Carmen M. Donangelo e Nádia Maria F. Trugo
Árvores frutíferas
Árvores frutíferas
As cores de muitas aves e de muitos pássaros não derivam de pigmentos, é o resultado da refração da luz nas suas penas. Mas, há aves cujas cores são derivadas da dieta rica em corantes e em pigmentos naturais presentes, por exemplo, em frutas e vegetais coloridos.
Pretos, brancos ou coloridos os pássaros são sempre belos, desde que livres. Muitos nos encantam com seus cantos afinados e melodiosos. Vê-los livres em nossas cidades com edifícios sempre mais altos e com menos áreas verdes é cada vez mais difícil. Por isso, as crianças de hoje não reconhecem o canto de um sabiá ou de um sanhaço, acostumaram-se aos pássaros de gaiola.
Mas, pássaros são atraídos por árvores frutíferas. Por que, então, não plantá-las em nossas cidades? Até mesmo o campus da Ilha da Cidade Universitária e o da Praia Vermelha poderiam ser espaços mais amistosos para os pássaros. Bastaria que árvores frutíferas fossem plantadas pelos calouros, todos os anos, no início do período letivo. Que belo trote! Mangueiras, jabuticabeiras, mexeriqueiras, goiabeiras, caquizeiros, abacateiros fariam a festa nossa, dos pássaros e das crianças. Muitos dizem que frutas atraem crianças e que estas atirariam pedras para derrubarem as frutas. Certamente isto aconteceria enquanto fosse novidade um campus repleto de árvores transbordando de frutas. Quando a novidade terminasse as pedradas desapareceriam. Imaginem os campi da UFRJ cheios de pássaros e crianças comendo frutas!
Aves na Internet
Aves na Internet
Páginas na Internet e Obras de Referência
1. COA – Clube dos Observadores de Aves do Rio de Janeiro – www.ao.com.br/coa_rj.htm
2. Atualidades Ornitológicas – www.ao.org.br
3. Avis Brasilis – www.avisbrasilis.com.br
4. RENCTAS – Rede Nacional Contra o Tráfico de Animais Silvestris – www.renctas.org.br
5. Save Brasil – Sociedade para Conservação das Aves do Brasil – www.savebrasil.org.br
6. CBRO – Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – www.cbro.org.br
Referências Bibliográficas:
Aves do Brasil: uma visão artística, Tomas Sigrist – São Paulo – Avis Brasilis
Ornitologia Brasileira, Helmuth Sick, revisão de F.J. Pacheco – Nova Fronteira
Pássaros do Brasil, Eurico Santos – Livraria Itatiais Ed. Ltda., 1979
Cronologia e Etimologia dos Elementos Químicos
Cronologia e Etimologia dos Elementos Químicos
Os elementos químicos serão citados em ordem cronológica, à exceção dos primeiros, conhecidos desde tempos ancestrais e impossíveis de datação.
São dadas para cada elemento, as seguintes informações: nome, símbolo e posição na tabela periódica, data da descoberta ou isolamento, origem do nome, nome do descobridor ou sintetizador e, eventualmente, outras informações relevantes.
Carbono, C, 6 – Conhecido desde tempos ancestrais. Do grego carbo (carvão). Constitui apenas 0,09 % da crosta da Terra mas é o elemento mais importante para a vida. Pode existir como diamante e grafita, em estado livre e combinado. Desde 1985 é conhecido na forma alotrópica molecular C60, o buckminster-fullereno, popularmente “buckyball”, um dos compostos da família dos fullerenos. Seu isótopo 14C, com meia vida de 5730 anos, é importante para a datação arqueológica. O isótopo 13C é importante para a determinação da estrutura de moléculas orgânicas por Ressonância Magnética Nuclear.
Enxofre, S, 16 – Conhecido desde tempos ancestrais. Do sânscrito, sulvere; símbolo do latim, sulphur.
Cobre, Cu, 29 – Conhecido de muitas civilizações antigas, desde 9000 a.C..; do latim Cuprum, de Cyprus, ilha em que foi descoberto e de onde provinha o metal para os romanos. Jóias anteriores a 9000 a.C., confeccionadas com este elemento, foram encontradas no atual Iraque.
Chumbo, Pb, 82 – Metal conhecido desde tempos ancestrais, usado em esculturas egípcias de 5000 a.C. e, pelos romanos, em tubulações de chumbo para distribuição de água; mencionado na Bíblia e no Livro de Job. O símbolo provém do latim plumbum.
Estanho, Sn, 50 – Desde 3500 a.C.. Um dos primeiros elementos metálicos usados pelo homem, no Egito, na liga bronze: 80% Cu, 20% Sn. Nome e símbolo, do latim stannum.O nome inglês, “tin”, reflete a raiz Tinia, deusa etrusca.
Ferro, Fe, 26 – Conhecido desde ca. 1100 a.C.; O uso do ferro deu nome à Idade do Ferro. O símbolo provém do latim, ferrum. Em inglês antigo, “iren”, em alemão, “eisen”.
Prata, Ag, 47 – Conhecida desde tempos ancestrais. Acúmulos de rejeitos de escórias indicam que a prata era separada do chumbo desde 3000 a.C. Do provençal. plata (lâmina de metal); o símbolo Ag deriva do latim argentum.
Mercúrio, Hg, 80 – Conhecido desde tempos ancestrais, por chineses e egípcios; encontrado em tumbas de 1500 a.C. Foi associado ao planeta Mercúrio, deus romano da eloquência, sabedoria e comércio. Em grego, hydrargyrus (hydro = água) + (argyrus = prata), ou seja, prata líquida; o símbolo Hg, do latim hidrargyrum (prata líquida).
Ouro, Au, 79 – Conhecido desde civilizações ancestrais. No sânscrito jval e no anglo-saxônico geolo, significam “ouro”; o símbolo Au, do latim aurum (brilhoso).
Arsênio, As, 33 – Compostos de arsênio eram minerados por chineses, gregos e egípcios, em tempos ancestrais. Em 1250, o primeiro isolamento do metal, pelo alquimista alemão Albertus Magnus. – 1. Do latim arsenicum (masculino, porque antigamente pensava-se que metais teriam sexo); – 2. do grego arsenikon, nome que provém de arsenicum, o ouro-pimento (em inglês, “orpiment”), pigmento amarelo usado nos tempos da Grécia e Roma antigas, por propriedades afrodisíacas.
Antimônio, Sb, 51 – Reconhecido em compostos de civilizações antigas. No Sec. 17, foi identificado como metal. Do grego anti + monos (não sozinho). Símbolo, do latim stibium (marca).
Bismuto, Bi, 83 – Conhecido desde o Sec. 15. – 1. do grego bismuthos (alvaiade de chumbo), porque antigamente era confundido com estanho e chumbo; – 2. do alemão weisse masse (massa branca), depois, wissmuth. Descoberta do elemento, creditada, em 1753, francês Claude Geoffroy, o Jovem.
Fósforo, P, 15 // 1669 – Descoberto pelo médico alemão Hennig Brandt. Do grego phosphoros (portador de luz, porque, por lenta oxidação ao ar à temperatura ordinária brilha no escuro.
Cobalto, Co, 27 // 1735 – Isolado pelo químico sueco Georg Brandt. Há milhares de anos, já era conhecido dos egípcios a fabricação de vidro azul com traços de minerais de cobalto. Kobold, do alemão antigo, gnomo malígno, ou espírito malígno, conhecido dos mineiros e associado ao Nickel, ambos prejudiciais a outros minerais das minas da Alemanha, tornando-os venenosos.
Platina, Pt, 78 // 1741 – Há indícios de uso nas civilizações pré-colombianas nas Américas. Descoberta, em 1741, pelo inglês Charles Wood, que a designou, do espanhol, platina (diminutivo de prata).
Zinco, Zn, 30 // 1746 – Minérios usados em tempos medievais, na China e Índia; no Sec. 13, o primeiro isolamento do metal, na Índia; em 1746, o primeiro isolamento do metal puro, na Europa, pelo químico alemão Andreas Sigismund Marggraf. De zink palavra alemã de origem incerta.
Níquel, Ni, 28 // 1751 – Isolado da nicolita, pelo químico sueco Axel Fredrik Cronstedt. 1. do alemão “Kupfernickel”, que significa cobre falso; 2. do alemão Nickel, nome de um gnomo que, segundo a mitologia, habitava as minas da Alemanha, associada a outro, o Kobalt. (ant. Kobold)
Bismuto, Bi, 83 // 1753 – Identificado por Claude Geoffroy.
Magnésio, Mg, 12 // 1755; 1808 – Reconhecido como elemento, por Joseph Black. Só em 1808, isolado e identificado, por Sir Humphry Davy. Do grego Magnesia, cidade da Tessália, na Grécia antiga.
Hidrogênio, H, 1 // 1766 – Provavelmente descoberto no Sec. 16, por Paracelsus e investigado em 1766 por Henry Cavendish, que mostrou que, da queima do hidrogênio resulta água. Dewar preparou hidrogênio líquido e sólido em 1898. Do grego hydro (água) + genes (formação).
Flúor, F, 9 // 1771; 1886 – Em 1771, primeiramente identificado por Karl W. Scheele. De isolamento dificílimo, devido à extrema reatividade do gás, só 75 anos após, em 1886, foi isolado na forma elementar pura, pelo químico francês F. Henry Moissan, pelo que, recebeu o Prêmio Nobel em 1906. Do latim fluere (fluir), por ser, a fluorita, usada como fluido.
Nitrogênio, N, 7 // Em 1772, primeiramente, produzido pelo químico e físico escocês Daniel Rutherford (“mephitic air”); Priestley (1780) chama-o “phlogisticated air”; Cavendish (1785) produziu ácido nítrico do ar, pelo que, designou-o nitrogen (“niter-producing”). Do latim nitrum e do grego nitron (soda ativa) + genes (formação). Sinônimo obsoleto: azoto. Com 78% do ar, vol/vol, domina a composição da atmosfera terrestre. Composto de nitrogênio de uso mais recente: azida de sódio, NaN3, empregada nos “airbags”, para proteção do motorista de carros; muito explosivo, decompõe-se pelo impacto, liberando grandes volumes de gás.
Cloro, Cl, 17 // 1774 – Descoberto pelo químico sueco Carl Wilhelm Scheele; erroneamente identificado como composto contendo oxigênio. Em 1810, identificado por Sir Humphry Davy como o elemento cloro. Do grego khloros (verde pálido, amarelo esverdeado).
Manganês, Mn, 25 // 1774 – Isolado pelo químico sueco Johan Gottlieb Gahn. Do latim magnesia (íman), pelas propriedades magnéticas da pirolusita, ou lithos magnëtis, pedra magnesiana (de Magnésia, na Tessália). Há também registro da origem de magnesia nigra, não magnética (MnO2), transformada em magnesium, mais tarde em manganese.
Oxigênio, O, 8 // 1774 – O crédito da descoberta é geralmente, dado ao químico inglês Joseph Priestley, mas, Carl W. Scheele, em Uppsala, Suécia, descobriu-o primeiro, só o tendo publicado tardiamente. O crédito pela designação do elemento é de Antoine Laurent Lavoisier, que, incorretamente, pensou que o oxigênio seria necessário à formação de todos os ácidos. Raizes gregas: ox-, oxal-, oxy-, de oxys (ácido) + genes (formação).
Bário, Ba, 56 // 1774; 1808 – Em 1774, o químico sueco Karl Wilhelm Scheele já distinguira a barita da cal. O elemento bário, descoberto e isolado em 1808, pelo químico inglês Sir Humphry Davy. 1. Do grego barys (pesado); 2. de barita, mineral em que foi descoberto.
Molibdênio, Mo, 42 // 1778 – O químico sueco Carl Wilhelm Scheele isolou-o e designou-o, do grego, molybdos (chumbo), por tê-lo isolado da molibdenita (que se pensava ser minério de chumbo; também confundido com grafita (chumbo preto)).
Cromo, Cr, 24 // 1780 – Descoberto por -Nicholas Louis Vauquelin. Do grego khroma (cor) – o metal forma muitos sais coloridos.
Telúrio, Te, 52 // 1782 – Descoberto, na Transilvânia, pelo inspetor de minas e cientista amador alemão Franz J. Müller; só conhecido em 1798, em uma publicação do químico alemão Martin H. Klaproth, que lhe deu o nome, mas registrou o crédito a Müller. Do grego tellus, que significa Terra.
Tungstênio, W, 74 // 1783 – Descoberto por dois irmãos espanhóis – Juan José e Fausto d’Elhuyar y de Suvisa – que o isolaram do mineral volframita, em inglês, wolframite, de onde provém o símbolo. Do sueco tung + sten (pedra dura), por sua alta densidade (19,3 g/cm3).
Zircônio, Zr, 40 // 1787 – O mineral zircônia foi conhecido desde tempos ancestrais. O metal só foi descoberto em 1787, por Martin Heinrich Klaproth. E o metal impuro foi isolado por Jöns Jacob Berzelius, em 1824. 1) de zircão, por ter sido descoberto neste mineral; 2) do persa zargun (cor de ouro).
Estrôncio, Sr, 38 // 1790 – Descoberto e designado pelo cientista irlandês Adair Crawford, que primeiro o identificou na vila escocesa de Strontian, onde foi descoberto. Sais de estrôncio vermelhos são muito usados em fogos de artifício e em tubos de TV a cores.
Ítrio, I, 53 // 1789; 1841 – Identificado, pelo químico finlandês Johann Gadolin. De Ytterby, vila sueca próxima a Estocolmo, de onde proveio o mineral de terras raras.
Urânio, U, 92 // 1789; 1841 – É o último e o mais pesado da série dos elementos naturais. Descoberto em 1789 pelo químico alemão Martin J. Klaproth. Em 1841, o metal foi isolado e identificado pelo químico francês Eugène-Melchoir Peligot. Em 1886, foi identificado pelo físico francês Henri Becquerel como o primeiro dos elementos radioativos; e, em 1944, foi o primeiro elemento usado, por Enrico Fermi, em reação nuclear auto-sustentável, no trabalho de que resultou a bomba atômica. Designado em homenagem ao planeta Uranus, descoberto coincidentemente com o elemento. Sinônimo (obsoleto): uranita.
Titânio, Ti, 22 // 1791 – Descoberto pelo pastor inglês, mineralogista amador, Reverendo William Gregor. Do grego Titans, personagens da mitologia grega (os primeiros filhos da Terra).
Berílio, Be, 4 // 1798; 1828 – Em 1798, foi descoberto pelo químico francês Nicholas Louis Vauquelin, mas só em 1828, foi isolado pela primeira vez, independentemente, por Friedrich Wöhler. Somente em 1957, o metal tornou-se disponível comercialmente. -1. Do grego beryllos (cristal); – 2. De glykis, porque seus sais têm sabor adocicado. 3. Do grego glucinium.
Vanádio, V, 23 // 1801 – Descoberto pelo químico mexicano Andrés Manuel del Rio, que removeu sua reinvidicaçao de crédito, perante a disputa pela descoberta. Redescoberto em 1830 pelo químico sueco Nils G. Sefström. Nomenclatura proveniente de Vanadis, deusa da mitologia escandinava, pela beleza das múltiplas cores de seus compostos.
Nióbio, Nb, 41 // 1801 – Descoberto pelo inglês Charles Hatchett, associado ao tântalo, em uma amostra de columbita. 1. De Niobe, personagem mitológica grega, filha de Tantalo. 2. Nome original, columbio, em homenagem a Cristovão Colombo.
Tântalo, Ta, 73 // 1802 – Descoberto pelo químico sueco Anders Gustav Ekeberg, que o isolou de minerais provenientes da vila sueca Ytterby; mas, o tântalo puro só ficou disponível em 1903. De “Tantalus”, personagem mitológico da Grécia, pai de Niobe, rainha de Tebas, condenado a morrer de sede (alusão ao caráter não absorvente ou à dificuldade em dissolver seus sais minerais em ácido).
Ródio, Rh, 45 // 1803 – Descoberto pelo químico inglês William Hyde Wollaston. Do grego rhodon, por causa da cor rosada de seus sais.
Paládio, Pd, 46 // 1803 – De Pallas, asteróide descoberto em 1802, pouco antes da descoberta do elemento, em 1803, pelo químico inglês William Hyde Wollaston, em uma amostra de platina.
Cério, Ce, 58 // 1803 – Descoberto, simultaneamente, pelo químico sueco Jöns Jacob Berzelius e os químicos alemães Wilhelm Hisinger e Martin Klaproth. Só em 1875 veio a ser preparado na forma metálica pura. De Ceres, asteróide descoberto dois anos antes do elemento.
Ósmio, Os, 76 // 1803 – Descoberto pelo químico inglês Smithson Tennant no resíduo da dissolução de platina em água régia. Do grego osme (cheiro), porque seu tetróxido tem forte odor, prejudicial. Sinônimo: no estado nativo, por vezes denominado osmita.
Irídio, Ir, 77 // 1803 – Descoberto com o ósmio, pelo químico inglês Smithson Tennant, por processo semelhante ao empregado para o ósmio. Do latim iris (arco-iris), pela iridescência de seus compostos, exibindo diversas cores.
Sódio, Na, 11 // 1807 – Isolado e identificado pelo químico inglês, Sir Humphry Davy. Do latim medieval sodanun, medicamento para cefaléia, nos tempos ancestrais; o símbolo provém do latim natrium (carbonato de sódio).
Potássio, K, 19 // 1807 – Isolado por Sir Humphry Davy. Do ingl. potash, pot (pote) + ash, porque, antigamente, queimava-se madeira, ou plantas, em potes (“pot”) de ferro, para produzir a cinza (“ash”), a ser usada como fertilizante. O símbolo provém do latim kalium (álcali).
Boro, B, 5 // 1808 – Isolado pelo químico Sir Humphry Davy e, independentemente, pelos químicos franceses Joseph-Louis Gay-Lussac e Louis Jacques Thénard. 1. do árabe buraq; 2. do persa burah.
Cálcio, Ca, 20 // 1808 – O metal cálcio, foi isolado em 1808 por Sir Humphry Davy. Do latim calx (cal), que já era usada pelos romanos, desde os anos 100 a. C.
Iodo, I, 53 // 1811 – Descoberto pelo químico francês Bernard Courtois. Do grego iödës (cor violeta).
Lítio, Li, 3 // 1817 – Descoberto por Johan August Arfwedson, no laboratório de J. J. Berzelius, em Estocolmo. Do grego. lithos (pedra), porque foi descoberto no mineral rochoso, petalita, contrastando com sódio e potássio, ambos descobertos em cinzas minerais; seu óxido, do grego lithia. Só isolado em 1821, por William T. Brande. Curiosidades: é o elemento metálico mais leve e muito macio, podendo ser cortado a faca; com grande capacidade calorífica, pode absorver grandes quantidades de calor com pequena elevação de temperatura.
Selênio, Se, 34 // 1817 – Descoberto pelo químico sueco Jöns Jakob Berzelius, que o identificou como impureza do ácido sulfúrico de uma fábrica na Suécia. Do grego selene (Lua), por ser semelhante ao do grego Tellus (Terra).
Cádmio, Cd, 48 // 1817 – Descoberto, pelo químico alemão Fredrich Stromeyer. Do grego kadmeia, de “Kadmean earth”, antigo nome da calamina (carbonato de cádmio) e do latim cadmia (carbonato de cádmio), onde foi, primeiramente, descoberto.
Silício, Si, 14 // 1824 – Isolado por Jöns Jakob Berzelius. Do latim silex, silic; silicium (nome dado ao “flint”, silex). É o segundo elemento mais abundante na terra.
Alumínio, Al, 13 // 1825 – Descoberto pelo químico dinamarquês Hans Christian Oersted. Do latim. alumen, alum. Nomes propostos por Davy: alumium ou aluminum; este último, adotado nos Estados Unidos; mas, na Inglaterra e em muitos outros paises, alumínium, com a terminação ium, usual para os metais.
Bromo, Br, 35 // 1826 – Primeiramente, produzido por um estudante de química alemão, mas creditado ao químico francês Antoine-Jérôme Balard, autor da publicação original. Do grego bromos (mau cheiro).
Tório, Th, 90 // 1828 – Descoberto pelo químico sueco Jöns Jakob Berzelius e designado em homenagem a Thor, deus do trovão e ameaças, na mitologia nórdica escandinava. Sua radioatividade passou desapercebida, por ser um processo físico, ainda desconhecido, e, só descoberto em 1897, por Henri Becquerel e o casal Curie.
Lantânio, La, 57 // 1839 – Descoberto pelo químico sueco Carl Gustaf Mosander. Do grego lanthaneis (significa ficar escondido na terra original).
Térbio, Tb, 65 // 1843 – Descoberto por Carl Gustaf Mosander que isolou o óxido a partir do mineral yttria . De Ytterby, vila sueca onde foram encontrados os óxidos naturais de ítrio, Y2O3 e de térbio, Tb2O3
Érbio, Er, 68 // 1843 – Descoberto por Carl Gustaf Mosander que isolou o óxido a partir do mineral yttria. Como no caso do térbio, nome derivado da vila sueca Ytterby, próxima de Estocolmo, onde foi encontrado.
Rutênio, Ru, 44 // 1844 – Descoberto pelo químico russo Karl Karlovich Klaus. De Ruthenia, nome latino da Rússia.
Césio, Cs, 55 // 1860 – Descoberto pelos químicos alemães Robert Bunsen e Gustav Kirchhoff. Do lat. caesius (azul celeste), porque, quando aquecido, emite luz azul; tem duas linhas características na região azul do espectro. Metal curioso: a) baixo ponto de fusão, 29oC, donde, funde na palma da mão; b) Desde 1960, o International Committee of Weights and Measures aprovou o isótopo 133Cs como a medida oficial de tempo, em substituição à fração do tempo de rotação da Terra ao redor do Sol. 1 s = duração de 9.192.631.770 vibrações da radiação emitida pelo 133Cs.
Rubídio, Rb, 37 // 1861 – Descoberto pelos químicos alemães Robert Bunsen e Gustav Kirchhoff, que estudaram o mineral lepidolita. Do latim rubidius (vermelho profundo, cor das linhas espectrais que emite, pelo que, é usado na manufatura de tubos de raios catódicos e de TV).
Tálio, Tl, 81 // 1861 – Descoberto por Sir William Crookes. Do grego thallos (broto verde), pela raia espectral emitida, pela qual foi identificado. Extremamente tóxico: íons Tl3+ são ca. 40×103 vezes mais tóxicos do que o cádmio e afetam diversos orgãos.
Índio, In, 49 // 1863 – Descoberto pelos químicos alemães Ferdinand Reich e Hieronymous T. Richter ao procurar traços de tálio em amostras de minério de zinco. Do latim indicum (índigo, ou violeta), cor da luz brilhante emitida por suas raias espectrais.
Neodímio, Nd, 60 // 1865; 1925 – Lantanídeo, descoberto em 1885, pelo mineralogista amador, Barão Carl Auer von Welsbach, que separou, do mineral didímio, dois sais, um dos quais continha o neodímio, cujo nome vem de neos (novo) + didymos (gêmeo). O outro sal continha o praseodímio. O metal neodímio puro só foi isolado em 1925. No neodímio natural, 24% são do isótopo radioativo 144Nd, com meia vida de 2 milhões de ano.
Hélio, He, 2 // 1868 – Gás nobre descoberto por Pierre Janssen. Do grego Hélios (Sol), por ter sido primeiramente identificado no Sol.
Germânio, Ge, 32 // 1871; 1886 Foi previsto por Mendeleiev, em 1871, em sua tabela periódica, que o chamou “eka-silício”. Em 1886 foi descoberto pelo químico alemão Clemens Winkler, que lhe deu o nome, do latim Germania, nome da Alemanha.
Gálio, Ga, 31 // 1875 – Em 1871, Mendeleiev fez a predição teórica deste elemento, que só veio a ser descoberto espectroscopicamente em 1875, pelo químico francês Paul-Emile Lecoq de Boisbaudran que, no mesmo ano, isolou o metal por eletrólise do hidróxido em KOH. Do latim gallia, nome latino da França, pais do descobridor.
Itérbio, Yb, 70 // 1878 – Primeiro elemento das terras raras descoberto, pelo químico francês Jean de Marignac, no mineral “erbia”, que o designou-o pelo nome da vila sueca Ytterby. Mas o itérbio puro só foi obtido em 1953.
Escândio, Sc, 21 // 1879 – Mendeleiev fez sua predição teórica, mas só em 1879 foi descoberto por Lars Fredrik Nilson, de Uppsala, Suécia, que o designou em honra a seu país natal, Scandia (Escandinávia)
Samário, Sm, 62 // 1879 – Descoberto pelo químico francês Paul-Émile Lecoq de Boisbaudran, que identificara raias do espectro de absorção do elemento no mineral samarskita. O nome é uma homenagem ao oficial do exército russo e engenheiro de destaque, Coronel Samarski.
Hólmio, Ho, 67 // 1879 – Dois cientistas suiços notaram as suas raias espectrais características, mas não conseguiram identificar o elemento, pelo que, chamaram-no elemento X. Logo após, em 1879, o químico sueco Per Teodor Cleve, trabalhando com o mineral “erbia”, isolou e identificou o elemento, nomeando-o por sua cidade natal, Holmia.
Túlio, Tm, 69 // 1879 – O químico sueco Per Teodor Cleve isolou este elemento do seu óxido esverdeado, preparado a partir do mineral “erbia”. O nome provém de Thule, nome ancestral da Escandinávia.
Praseodímio, Pr, 59 e Neodímio, Nd, 60 // 1865 Isolados e identificados por um austríaco
o, mineralogista amador, Barão Carl Auer von Welsbach, que utilizou o mineral chamado didymium, de composição semelhante à da mistura comercial de terras raras da areia monazítica. Depois da eliminação do cério e do tório, ele conseguiu separar dois sais, um contendo o praseodímio e o outro, o neodímio. Só em 1925 o meio neodímio foi isolado. O nome neodímio provém de “neo” (novo) + didymos (gêmeos).
Gadolínio, Gd, 64 // 1886 – Terra rara da série dos lantanídeos. Descoberto pelos químicos franceses Jean de Marignac e Paul-Émile Lecoq de Boisbaudran, que o identificaram a partir da gadolinita. Mineral e elemento designados em homenagem ao químico finlandês Johan Gadolin.
Disprósio, Dy, 66 // 1886 – Terra rara da série dos lantanídeos. Descoberto pelo químico francês Paul Émile Lecoq de Boisbaudron, em uma mistura de óxido de érbio. Do grego dysprositos (dys = mal, difícil) + prositos (encontrar, detectar, isolar). Só em 1950 foi preparado o elemento puro, com o auxílio de técnicas de separação modernas, como a troca iônica
Argônio, Ar, 18 // 1894 – Primeiro gás nobre, descoberto e identificado, por Sir William Ramsay e Lord Rayleigh. Do grego argon (preguiçoso, inativo, qualidade que motivou sua aplicação comercial como enchimento de bulbos de luz incandescente porque evitava a corrosão do filamento de tungstênio). Obtido por destilação fracionada do ar líquido.
Hélio, He, 2 // 1895 – Gás nobre. Em 1868, sua presença no Sol já fora indicada, espectroscopicamente, por Pierre Janssen e Lockyear; descoberto na Terra pelos químicos escoceses Sir William Ramsay e Morris M. Travers, em 1895, proveniente de depósitos terrestres de gás natural. Do grego helios (Sol).
Neônio, Ne, 10 // 1898 – Um dos três gases nobres descobertos ou isolados pelos químicos escoceses Sir William Ramsay e Morris Travers. Obtido por destilação fracionada do ar líquido. Do grego neos (novo). Os átomos dos gases de He e Ar energizados por descarga elétrica, emitem radiação característica, de cor diferente, comumente usada em painéis e em vitrines: a do argônio é púrpura, a do xenônio, azul-esverdeada e a do neônio, laranja avermelhada.
Kriptônio, Kr, 36 // 1898 – Gás nobre descoberto pelos químicos escoceses Sir William Ramsay e Morris M. Travers. Obtido por destilação fracionada do ar líquido. Do grego kryptos (escondido). Desde 1960, o comprimento de onda de uma das cores do espectro de emissão do isótopo 86Kr foi escolhido para definir o metro, que passou a ser exatamente 1.650.762,73 comprimentos de onda da raia espectral vermelho-laranja deste isótopo; e, em 1983, o metro, que era a distância entre duas ranhuras marcadas na barra de platina padrão, armazenada em Paris, foi redefinido, passando a ser a velocidade da luz no vácuo, exatamente 299,792,458 m.s-1. Desde 1963, conhece-se um seu composto fluorado, o KrF4.
Xenônio, Xe, 54 // 1898 – Gás nobre descoberto pelos químicos escoceses Sir William Ramsay e Morris M. Travers. Do grego xenos (estranho). Primeiro gás nobre a ser combinado com platina e flúor, deixando, assim, de ser uma molécula monoatômica para formar um sólido.
Radônio, Rn, 86 // 1898 – Gás nobre descoberto por Friedrich Ernst Dorn. Radioativo de risco.
Polônio, Po, 84 e Rádio, Ra, 88 // 1898 – Descobertos por Marie Slodowska Curie
e Pierre Curie, em 1864. A descoberta do polônio precedeu a do rádio e seu nome foi uma homenagem ao país natal de Marie Curie. Verificando que após a extração do urânio ainda restava radioatividade residual na pechblenda. Eles trataram toneladas do resíduo e nele identificaram, além das raias espectrais do bário, outras, vermelhas, que eles atribuiram ao novo elemento, produto de decaimento do urânio e do tório, o que deram o nome derivado do latim, radius (raio). O elemento só foi isolado quatro anos depois.
Actínio, Ac, 89 // 1899; 1902 – Descoberto duas vezes, independentemente: em 1899, pelo cientista francês André Debierne; e, em 1902, pelo químico alemão Friedrich (Fritz) Otto Giesel. Do grego aktis, aktinos (raio, feixe) porque ele emite partículas ? brilha no escuro. Fortemente radioativo (150 vezes mais do que o rádio), é usado para a produção de neutrons.
Radônio, Rn, 86 // 1900 – Gás nobre descoberto pelo físico alemão Friedrich Ernst Dorn, que lhe deu o nome de emanação do rádio. Outros estudiosos de suas propriedades – William Ramsay e R. W. Whytlaw-Gray mudaram o nome para “niton”, do latim nitens (brilhante), mas desde 1923 é chamado de radônio.
Európio, Eu, 63 // 1901 – Isolado pelo químico francês Eugène-Anatole Demarçay como impureza de uma amostra de samário-gadolínio. O nome é uma homenagem à Europa.
Lutécio, Lu, 71 // 1907 – Descoberto pelo mineralogista austríaco, Barão Carl Auer von Welsbach e pelo cientista francês Georges Urbain. O primeiro quiz denomina-lo cassiopium, pela constelação Cassiopeia, mas Urbain deu-lhe o nome que vingou, baseado no nome antigo de Paris, Lutecia, ou Parisorum, cidade do descobridor.
Protactínio, Pa, 91 // 1913 – Elemento natural, descoberto pelos físicos alemães Kasimir Fajans e O. H. , Göhring, que lhe deram o nome de “brevium”, que, em 1949, passou a protactínio, do grego protos (primeiro) + actinium (nome do nome produto de seu decaimento, o actínio, elemento 89).
Háfnio, Hf, 72 // 1923 – Previsto por Mendeleiev como elemento 72. Foi difícil identifica-lo por causa da interferência do zircônio. Só em 1923 veio a ser descoberto pelos químicos Dirk Coster, holandês, e George Karl von Hevesey, húngaro. Embora nenhum dos descobridores fosse dinamarquês, deram-lhe o nome “Hafnia”, ou “Kjöbnhafn”, nome latino de Copenhagen, em honra a Niels Bohr, porque o elemento foi descoberto através da predição da sua configuração eletrônica, baseada na teoria da mecânica quântica desenvolvida por Bohr.
Rênio, Re, 75 // 1925 – As propriedades do rênio foram previstas, com base na Tabela Periódica de Mendeleiev. Descoberto em minérios de platina pelos químicos alemães Walter Wilhem Noddack, Ida Noddack-Tacke e Otto Carl Berg. Do grego Rhenus (Reno, rio europeu).
Tecnécio, Tc, 43 // 1937 – Descoberto por Carlo Perrier e Emilio Segrè. Identificado no espectro de alguns tipos de estrelas. Foi o primeiro elemento a ser produzido artificialmente. Foi identificado, recentemente, identificado no espectro de diversas estrelas e na Terra. Do grego technetos (artificial) porque sua primeira produção ocorreu em laboratório, a partir de outro elemento.
Frâncio, Fr, 87 // 1939 – Descoberto pela química francesa Marguerite Perey, do Instituto Curie, de Paris, e seu nome é uma homenagem à França, país em que foi descoberto. Muito raro. Existe, na Terra, menos de 30g.
Netuno, Np, 93 // 1940 – Netuno, primeiro elemento transurânico produzido artificialmente por Edwin M. McMillan e Philip H. Abelson, que usaram o acelerador ciclotron da Universidade da Califórnia, em Berkeley, para bombardear o elemento plutônio com partículas alfa. Já foram identificadas quantidades traços de Np naturais, no minério de urânio. Do planeta Netuno, cujo nome provém do deus romano dos mares.
Astatínio, At, 85 // 1940 – Produzido artificialmente, pela primeira vez, pelo grupo de radioquímicos Dale R. Corson, Kenneth R. MacKenzie e Emilio Segrè, na Universidade da Califórnia, Berkeley,que bombardearam um isótopo do bismuto com partículas ?. Do grego astatos (instável). Produto de decaimento do urânio e do tório, é o elemento natural mais raro (a qualquer tempo menos de 30 g).
Plutônio, Pu, 94 // 1941 – Elemento natural que ocorre em quantidades mínimas nos minérios de urânio. Foi o segundo elemento transurânico a ser sintetizado. O químico americano Glenn T. Seaborg e colaboradores usaram o acelerador ciclotron da Universidade da Califórnia, Berkeley. Só em 1946, após o término da II Guerra Mundial, foi divulgada a descoberta deste elemento. No final dos anos de 1960, o Pu foi usado para fornecer energia aos equipamentos eletrônicos na excursão lunar do módulo (LEM) do Apollo. Nome derivado do planeta Plutão.
Amerício, Am, 95 // 1944 – Quarto elemento transurânico descoberto pela equipe de Glenn T. Seaborg, incluindo Ralph E. James, Leon O. Morgan e Albert Ghiorso, que produziram o isótopo 241Am durante a II Guerra Mundial, no Argonne National Laboratories da Universidade. de Chicago. O nome é uma homenagem aos Estados Unidos da América, onde foi descoberto.
Cúrio, Cm, 96 // 1944 – Não ocorre naturalmente. Criado pela equipe de Glenn T. Seaborg, incluindo Ralph A. James e Albert Ghiorso, que usaram o acelerador ciclotron da Universidade da Califórnia, em Berkeley. A identificação quimica foi feita, durante a II Guerra Mundial, no Argonne National Laboratory da Universidade de Chicago. O nome é uma homenagem a Pierre e Marie Curie.
Promécio, Pm, 61 // 1947 – Descoberto por um grupo de cientistas do Oak Ridge National Laboratory (ORNL), L. A. Mirinskiy, I. E. Glendenin e C. D. Coryell, como elemento sintético, ainda não encontrado na crosta da Terra, mas já identificado no espectro de diversas estrelas da galáxia de Andrômeda.Seu nome deriva de Prometeus, deus grego que roubou o fogo do céu. Propriedades químicas ainda pouco conhecidas.
Berkélio, Bk, 97 // 1949 – Não ocorre naturalmente. Produzido pela primeira vez pelo grupo de Stanley Thompson, Albert Ghiorso e Glenn Seaborg, que bombardearam 241Am com partículas ?, no acelerador ciclotron da Universidade. da Califórnia, Berkeley. O nome é uma homenagem à cidade de Berkeley, local de sua descoberta.
Califórnio, 98 // 1950 – Produzido artificialmente pelos cientistas Stanley Thompson, Albert Ghiorso, Glenn T. Seaborg e Kenneth Street Jr., que usaram o acelerador ciclotron da Universidade. da Califórnia, Berkeley, para bombardear 242Cu com partículas ?. O nome é uma homenagem ao Estado da Califórnia, Estados Unidos da América.
Einsteinio, Es, 99 e Férmio, Fm 100 // 1952 – Descoberto por uma equipe de cientistas
liderada por Albert Ghiorso, que investigou fragmentos residuais da explosão do teste da primeira bomba de hidrogênio no Oceano Pacífico. Descobriram, primeiramente, 100.000 átomos de um isótopo do Es e, mais tarde, de Fm. A descoberta só foi divulgada em 1955. Os nomes são homenagens aos físicos Albert Einstein e Enrico Fermi.
Mendelévio, Md, 101 // 1955 – Produzido artificialmente pelo grupo de cientistas liderado por Albert Ghiorso, da Universidade. da Califórna, Berkeley, que usou o acelerador ciclotron para o bombardeamento de einstênio-253 com partículas alfa. O nome é uma homenagem ao químico russo Dmitry Mendeleyev.
Nobélio, No, 102 // 1958 – A descoberta deste elemento foi reinvidicada, em 1957, por um grupo de cientistas do Instituto Nobel, em Estocolmo, que bombardearam um alvo de cúrio com feixe de 13C e observaram partículas ?, que identificaram o elemento 102, nobélio; mas a descoberta não foi confirmada. Em 1958, a equipe de cientistas da Universidade. da Califórnia, Berkeley, liderada por Albert Ghiorso, identificou inequivocamente o isótopo 254No, de vida curta (meia vida 55 segundos). Eles usaram o Acelerador Linear de Ions Pesados (HILAC, acrônimo de Heavy Ion Linear Accelerator) da Universidade de Berkeley, para bombardear uma amostra de 244Cu e 246Cu com 13C. A descoberta foi confirmada por um grupo de físicos russos de Dubna, União Soviética. Ghiorso e colaboradores mantiveram o nome original cunhado pelo grupo de Estocolmo, em honra a Alfred Nobel, descobridor da dinamite.
Laurêncio, Lr, 103 // 1961 – Produzido artificialmente pela equipe de Albert Ghiorso, com Torbjørn Sikkeland, Almond E. Larsh e Robert M. Latimer, que usaram o acelerador HILAC da Universidade. da Califórnia, Berkeley; para produzir o isótopo 258Lr, com meia vida de 4 segundos. Designado em honra a Ernest O Lawrence, ex-Professor da Universidade da Califórnia, inventor do ciclotron.
Ruterfórdio, Rf, 104 // 1964; 1969 – Primeiro elemento dos transactinídeos, criado pela equipe de cientistas liderado por Albert Ghiorso. Descoberta e nomeação disputadas: a descoberta, primeiramente divulgada, em 1964, por um grupo de cientistas russos, do Joint Institute for Nuclear Research (JINR), Dubna, URSS, e o elemento, que, conforme o código de designação da IUPAC, seria designado unnilquadium-260, o “un-nil-quad-ium” (1-0-4-ium), por eles designado, “kurchatovium”, em homenagem ao químico van Kurchatov, chefe de pesquisas soviético. Em 1969, o grupo americano de Ghiorso, usando o acelerador HILAC, de Lawrence Berkeley National Laboratory, da Universidade. da Califórnia, divulgou a identificação positiva do unnilquadium-257, propondo homenagem ao físico neozelandês Ernest Rutherford. Este nome foi confirmado pela American Chemical Society (ACS). Em 1994, em disputa, a IUPAC resolveu dar ao elemento químico 104, o nome “dubnio”, em honra ao centro científico de Dubna. A ACS rejeitou-o. Mas, por decisão final, a descoberta está compartilhada.
Dubnio, Db, 105 (Hânio, Ha, 105) // 1967; 1970 – Descoberta disputadas. Em 1967, o grupo de cientistas russos do JINR., Dubna, URSS, divulgou ter produzido o unnilpentium-260. Em 1970, o grupo da Universidade. da Califórnia, Berkeley, liderado pelo físico norte-americano Albert Ghiorso, usando o acelerador HILAC, identificou inequivocamente o unnilpentium-260, não conseguindo reproduzir os resultados dos colegas russos. Deu ao novo elemento o nome de Hânio em honra a Otto Hahn, descobridor da fissão nuclear. O nome hânio foi endossado oficialmente pela Am. Chem. Soc. Criado pela, IUPAC, em 1985, o Transfermium Working Group, após 5 anos de trabalho, resolveu que o elemento 105 havia sido descoberto independentemente pelos dois laboratórios, e a IUPAC decidiu adotar o nome Dúbnio, para o elemento 105, em reconhecimento ao trabalho do centro de Dubna, URSS.
Seabórgio, Sg, 106 // 1974; 1993 – Transactinídeo cuja descoberta e nomeação foram disputadas. Em junho de 1974, um grupo do JINR, Dubna, URSS, divulgou a produção do elemento 106, unnilhexium; mas a descoberta não foi confirmada. Três meses depois, um grupo de cientistas do Lawrence Livermore Laboratory e da Universidade da Califórnia, Berkeley, liderado por Albert Ghiorso e incluindo Glenn T. Seaborg, divulgou a descoberta inequívoca do uninilhexium-263, usando o acelerador HILAC. Em 1993, o trabalho do grupo de Berkeley foi confirmado, e ele recebeu o crédito da descoberta do elemento 106, que não ocorre naturalmente e do qual só foram sintetizados alguns poucos átomos.
Disputa pelo nome: uma comissão internacional da IUPAC tentou impedir o nome “Seaborgium”, porque eo químico nuclear Seaborg, ainda estava vivo. O elemento 106 seria chamado de Ruterfórdio, em homenagem a Ernest Rutherford. A American Chemical Society rejeitou este nome em favor de “Seaborgium”.
Bohrium, Bh, 107 e Hassium, Hs, 108 // 1981 – O grupo do JINR, Dubna, divulgou. em 1976, a síntese do elemento 107, unnilseptium, que não foi confirmada. Em 24 fevereiro de. 1981, os físicos alemães Peter Armbruster e Gottfried Münzenberg, do Laboratório de Pesquisa de Íons Pesados de Darmstadt, Alemanha, divulgaram ter descoberto o elemento artificial unnilseption, e propuseram o nome Nielsbohrium, em honra ao físico holandês Niels Bohr. Em 1992, a IUPAC e a American Chemical Society confirmaram, o nome proposto pelo grupo alemão, como Bohrium.
Em 14 mar. 1984, foi identificado, pela primeira vez, o elemento Hassium, Hs, 108, unniloctium, pelo grupo de físicos alemães do GSI, liderados por Armburst e Münzenberg, que propuseram o nome hassium, com base em hassia, nome latino do estado alemão. O Hs transmuta-se em isótopos do Seabórgio, Rutherfórdio, Nobélio e Férmio.
As propriedades físicas do Bh e do Hs ainda são desconhecidas.
A descoberta foi confirmada pela IUPAC em 1992. Mas, quanto ao nome do elemento 108, a IUPAC iniciou, em março de 1994, uma disputa, propondo “hahnium”, em homenagem ao químico alemão Otto Hahn. A American Chemical Society rejeitou a proposição da IUPAC em favor dos nomes propostos pelos descobridores.
Meitnério, Mt, 109 // 1982 – Produzido artificialmente pelo grupo de cientistas liderado por Peter Armbruster e Gottfried Münzenberg, do GSI, Darmstadt, Alemanha, que, em 1982, divulgaram a descoberta do elemento sintético 109, uninilennium. Eles bombardearam 209Bi com núcleos de 58Fe acelerados. Propuseram o nome Meitnerium, em honra a Lise Meitner, física austríaca que, juntamente com seu sobrinho, Otto R. Frisch, trabalharam com Otto Hahn. Ela foi a primeira pessoa a imaginar a fissão nuclear espontânea como o fracionamento do núcleo do urânio. A reivindicação foi confirmada em 1992 pela IUPAC e pela ACS, e o nome proposto pelos descobridores foi aprovado.
Darmstadcio, Ds, 110 // 1994 – Em novembro de 1994, um grupo de cientistas liderado por Peter Armbruster, do GSI, Darmstadt, Alemanha, divulgou a criação de um novo elemento, de número 110, pelo sistema da IUPAC, ununnilium (1-1-0-ium), já designado Darmstadcio. Em 1995-1996, três diferentes grupos divulgaram a obtenção de quatro diferentes isótopos do elemento 110. O crédito, porém, coube ao grupo internacional de cientistas do GSI. Em 2002, o grupo GSI confirmou seus resultados e a produção de outros isótopos. Os resultados dos grupos do LBNL e de Dubna/LLNL não foram confirmados, e em agosto de 2003, foi confirmada a descoberta como sendo do grupo do GSI, que, a convite da IUPAC, em 16 agosto de 2003, nomearam-no “Darmstadtium”, em homenagem a Darmstadt, Alemanha, onde está localizado o GSI. Está previsto que o elemento 110 seja o superpesado de meia vida mais longa, ca. 100 anos.
Unununium, Uuu, 111 // 1994 – Anunciado em 8 de dezembro 1994, um mês após a criação do elemento 110 pelo grupo internacional de cientistas do GSI, Darmstadt, Alemanha. Ainda é designado como unununium(1-1-1-ium). Estando, na tabela periódica, na coluna do ouro e prata, presume-se que tenha propriedades de metal, com meia vida de cerca de. 10 s.
Ununbiium, Uub, 112 // 1996 – Em 9 de fevereiro de 1996, cerca de um ano após a síntese do elemento 111, o GSI anunciou a criação do elemento 112 pelo grupo liderado pelo físico alemão Peter Armbuster. Segundo o sistema de código da IUPAC, este é o ununbiium, un-un-bi-ium, ou 1-1-2-ium, com meia vida de cerca de 10 s.
Uuq, 114, 116 // Os acréscimos de novos superpesados à tabela periódica dos elementos prosseguem. Segundo divulgações do grupo do JINR/LLNI, o elemento 288114 tem meia vida de cerca de. 3s; e o 292116, meia vida inferior a 50 ?s. Elementos superpesados, além do Lr, não estão confirmados. Há um número de transactinídeos previstos, com meia vida de milhões de anos; a dificuldade reside na síntese.
Referências:
1. Stwertka, Albert, A guide to elements, Oxford Univ. Press, N. York, 1996.
2. Habashi, Fathi, The discovery of metals. Parts I & II. Historical Metallurgy Notes, CIM Bull., abril 1994, p. 69.
3. Chem. & Eng. News 81 (34) set 8, 2003, pp. 26-190.
4. Cox, P. A., The Elements: Their Origins, abundance and distribution, Oxford Univ. Press, N. York, 1989.
5. Flood, W. E., Scientific words. Their structure and meaning, Duel, Sloan & Pearce, 1a ed., New York, 1960; – ibid, 2a ed., Oldburne Book Co., Londres, 1963; – ibid, The origin of chemical names, Oldbourne Book Co., Londres, 1963.
6. Weeks, Mary E., Discovery of the elements, J. Chem Ed., 1956.
DDT, o dicloro-difenil-tricloroetano
DDT, o dicloro-difenil-tricloroetano
A bióloga e escritora americana Rachel Carson foi o estopim da revolução biológica e a precursora dos movimentos ambientalistas, ao lançar em 1962, o livro PRIMAVERA SILENCIOSA. Impressionada com a diminuição da população de algumas espécies de aves com as quais conviveu na infância nas planícies verdes às margens do Mississipe, Rachel Carson mostrou no livro que o inimigo da história era o inseticida DDT, o dicloro-difenil-tricloroetano.
O DDT, o primeiro inseticida moderno organoclorado foi sintetizado em 1874, mas apenas em 1939, o químico suíço Paul Muller Hermann descobriu suas propriedades inseticidas. Largamente usado depois da 2ª Guerra Mundial no combate a pragas da agricultura, depois do sucesso no na luta contra os mosquitos transmissores da malária e do tifo, este inseticida chegou a ser considerado o “salvador da pátria”.Não foram poucos os que acharam que os problemas das pragas da agricultura estavam totalmente equacionados pelo uso do DDT. O que ninguém poderia imaginar e que a sua persistência no ambiente associado a sua grande lipossobulidade faria do DDT um grande vilão ambiental. Encontrado no leite materno de mulheres de todo mundo e no tecido adiposo dos esquimós, habitantes de terras isoladas na Antártica, o DDT se acumula ao longo de toda a cadeia alimentar. Responsável pelo afilamento das cascas de ovos das aves, principalmente, as de rapina, este composto organoclorado quase levou a extinção do Falcão-peregrino. O DDT bloqueia absorção de cálcio tornando os ovos das aves quebradiços interrompendo a incubação e, conseqüentemente, prejudicando o processo reprodutivo.
O que ninguém pode negar é que este inseticida salvou milhares de vidas em todo mundo, ao banir em muitos países os mosquitos transmissores de uma plêiade de doenças. Por isso, o prêmio Nobel de Medicina de 1948 para Paul Hermann foi muito merecido, porque graças a ele, foi demonstrada à eficiência do DDT para a erradicação de vários tipos de artrópodes.
Embalagens inteligentes
Embalagens inteligentes
Um novo conceito de embalagem para alimentos veio para revolucionar o mercado. Conhecidas como embalagens inteligentes, são capazes de interagir com o produto a ponto de revelar informações sobre a qualidade do alimento embalado sem que o mesmo seja violado.
Entre suas aplicações está o controle da deterioração microbiana do alimento. O processo se dá pela redução do teor de umidade e oxigênio em contato com o produto embalado, o que reduz o crescimento de microorganismos. Além de frutas e legumes, estas embalagens são de grande utilidade para produtos de origem láctea, pães e quaisquer outros oriundos de processo fermentativo. Outra proposta é que a embalagem venha acrescida de agentes químicos antimicrobianos, que podem ter liberação controlada evitando assim o uso abusivo de aditivos químicos.
Embalagens inteligentes vem sendo usadas como sinalizadores de amadurecimento de frutas prontas para o consumo. Após a colheita, alguns frutos apresentam uma alta taxa de respiração, o que dificulta seu transporte e reduz sua vida de prateleira. A embalagem inteligente funciona capturando o etileno, um hormônio de crescimento produzido naturalmente pelaas plantas, reduzindo sua concentração nas imediações da fruta e retardando seu amadurecimento. Estas embalagens tem sido usadas na exportação de frutas de alto valor agregado.
Ao mesmo tempo, o conceito de captura de hormônio vegetal pode sinalizar para o consumidor final que a fruta está pronta para ser consumida. A pera é uma das frutas que utiliza esta tecnologia no mercado internacional, através da sinalização de mudança de cor num dispositivo da embalagem.
Embalagens inteligentes também incluem materiais biodegradáveis, conhecidos como bioplásticos, feitos a partir de amido, fibras vegetais e até mesmo de restos de cascas de frutas. Sua grande vantagem esta na redução da poluição ambiental, tão agravada nos dias de hoje com a presença excessiva de sacos plásticos não-biodegradáveis produzidos a partir do petróleo.
FEDEGOSO: Senna macranthera
FEDEGOSO: Senna macranthera
Árvore de pequeno a médio porte, tem uma floração prolongada – de fevereiro a maio. O nome fedegoso é devido ao fruto, uma pequena vagem que contém um líquido de odor desagradável.
Devido à A fácil adaptação destas espécies a diversos tipos de solos, são próprias para favorece sua utilização em programas de reflorestamento de áreas degradadas e matas ciliares, como também para na arborização urbana. A madeira pode ser empregada para caixotaria leve, confecção de brinquedos, lenha e carvão.
As folhas, caule, vagens verdes e sementes desta planta são tóxicas para o gado devido a alcalóides e antraquinonas presentes nas sementes. Isso ocorre, principalmente, no Pantanal, onde as vagens secas são comidas pelos bovinos. Como são pouco digeridas, as sementes são espalhadas com as fezes pelo solo, onde germinam. No sul do País, ocorrem surtos de intoxicação por ingestão desta planta após períodos de geadas. A intoxicação também se dá quando são fornecidas rações de grãos de cereais moídos e contaminados com sementes de fedegoso. O seu princípio tóxico possui efeito cumulativo, mas é destruído pelo calor (fervura e torrefação, caso do “café” de fedegoso). Em bovinos, os sinais da intoxicação se iniciam com diarréia, fraqueza muscular e perda de coordenação motora, principalmente dos membros posteriores. O animal apresenta tremores e relutância em caminhar e, quando caminha, arrasta as pontas dos cascos traseiros. No final do quadro da intoxicação, a diarréia aumenta e o animal, enfraquecido, cai e não se levanta mais devido à degeneração e necrose dos músculos.
IPÊ-AMARELO: Tabebuia chrysotricha
IPÊ-AMARELO: Tabebuia chrysotricha
Tabebuia é o nome científico do gênero das árvores conhecidas como ipês. É uma palavra tupi-guarani que significa árvore ou pau que flutua. Ipê, em tupi, quer dizer árvore de casca grossa.
Várias espécies de ipês têm flores amarelas e, por isso, são chamadas de ipês-amarelos. Típicos da Mata Atlântica brasileira, os ipês-amarelos disputam o dourado com os raios de sol. A sabedoria popular diz que, quando o ipê-amarelo abre suas flores, é sinal do fim do inverno, o anúncio do início da primavera.
Símbolo da força e da resistência, Mário de Andrade, em sua antológica obra MACUNAÍMA, assim se referiu aos ipês: “Os ipês de beira de rio relampeavam de amarelo e todas as flores caíram nos ombros soluçando do moço Titçatê guerreiro de meu pai”. Foi com a boca cheia de flores de ipê que a cunhatã Naipi amou Titçatê na rede.
Árvore símbolo do Brasil por decreto do presidente Jânio Quadros, publicado em 1961, o ipê-amarelo tem seu dia comemorado no Município de Petrópolis em 28 de junho, por força de lei municipal.
O esforço para produzir o efêmero espetáculo da floração é de tal ordem que, antes da chuva de ouro, os ipês-amarelos se desnudam totalmente, como se estivessem armazenando suas forças para saudar a primavera. Usado para paisagismo, várias espécies de ipês-amarelos são muito procuradas pela qualidade de sua madeira, que é muito usada para a confecção de tacos e de assoalhos, devido a sua alta resistência e durabilidade.
Ipês-amarelos podem ser vistos no canteiro central em frente ao CENPES, na Cidade Universitária, e em outros lugares da Ilha do Fundão.
IPÊ-BRANCO: Tabebuia roseo-alba
IPÊ-BRANCO: Tabebuia roseo-alba
Árvore de 7 a 16 metros de altura e tronco de 40 a 50 cm de diâmetro, sua floração é um dos mais belos espetáculos da natureza. Não há quem fique indiferente a essa árvore de porte majestoso no período de sua floração. A beleza e o alvor das flores brancas do ipê-branco é tanta que as folhas caem para não atrapalharem o espetáculo, que não dura mais de 48 horas. Essa efemeridade aumenta ainda mais o seu poder de sedução. O efêmero e o belo, juntos, mais uma vez, numa demonstração de que basta existir beleza para que fique registrada em nossas lembranças.
Abelhas, outros insetos e beija-flores gostam do néctar produzido pelas flores do ipê-branco e, ao visitá-las, carregam pólen no corpo e o transportam para outras flores. À união do masculino ao feminino, os botânicos deram o nome de polinização. Após a polinização surgirão os frutos, umas vagens compridas, que, depois de amadurecerem, se abrirão espontaneamente, liberando as sementes. Estas têm estruturas em forma de “asas”, que facilitam seu transporte pelo vento. As sementes que conseguirem germinar vão gerar novas árvores que, quando adultas, depois de mais ou menos 4 anos, vão proporcionar novos espetáculos anunciando a chegada de um outro inverno.
Na área do Centro de Tecnologia, no Bloco A, quase em frente ao estacionamento dos Institutos de Química e de Física, há dois belíssimos exemplares de Tabebuia roseo-alba que, quase todos os anos, quando o inverno é mais rigoroso e o clima mais seco, se vestem por inteiro de branco para celebrar a chegada do fim do semestre letivo e amenizar o sofrimento dos estudantes em períodos de prova.
IPÊ-ROXO: Tabebuia avellanedae
IPÊ-ROXO: Tabebuia avellanedae
Os ipês pertencem à família das bignoniáceas. O ipê-roxo é, entre os ipês, o primeiro a florescer no ano. No norte do Brasil, os ipês são conhecidos pelo nome popular de Pau d’arco.
O nome avellanedae, da espécie, foi dado em homenagem ao presidente argentino, Jorge Avellaneda, que governou a Argentina entre 1846 e 1852. Nos países de língua espanhola, os ipês são conhecidos como lapachos.
Das cascas do ipê-roxo, árvore considerada medicinal, é extraída a substância chamada pelos químicos de lapachol, que tem ação antimicrobiana e fungicida.
Na segunda metade do século XIX, o famoso médico e botânico Karl Friedrich von Martius descreveu, em seu livro, o uso do ipê contra sarna e afirmou que a água obtida depois do cozimento das cascas da árvore era usada contra impigens e para banhos e lavagens.
As substâncias encontradas nas cascas do ipê-roxo começaram a ser estudadas no Brasil, no Instituto de Antibióticos de Pernambuco, pelo grande químico, já falecido, Oswaldo Gonçalves Lima.
O laboratório estadual de Pernambuco ,Lafepe, detém o registro da marca Lapachol desde 1978. O Lafepe produz e comercializa o lapachol, utilizado para fins terapêuticos, como auxiliar no tratamento do câncer. Este laboratório mantém convênio com o Hospital Sírio Libanês, de SP, onde o lapachol tem sido aplicado, assim como alguns de seus derivados químicos, em ensaios clínicos, no tratamento de câncer de próstata em seres humanos.
Na Ilha do Fundão, belíssimos exemplares de ipê-roxo podem ser vistos no período de floração, alguns, inclusive, em frente ao prédio da Reitoria. O Prof. Antonio Ventura Pinto, do NPPN/Centro de Ciências da Saúde, é uma das maiores autoridades mundiais na química de lapachol e de seus derivados.
JACARANDÁ-DE-MINAS: Jacarandá cuspidifolia
JACARANDÁ-DE-MINAS: Jacarandá cuspidifolia
Arvoreta de 6-10 m de altura e tronco com diâmetro de 20-40 cm, esta árvore da família Bignoniaceae, a mesma dos ipês, é própria para paisagismo devido à beleza de suas flores. Conhecida popularmente como caroba, jacarandá mimoso, entre outros nomes, esta arvoreta não deve ser confundida com o jacarandá-da-bahia – Dalbergia nigra – uma Leguminosae-Papilionoideae, famosa por sua “madeira de lei”, muito empregada na confecção de instrumentos musicais, como arco de violino e piano, e na de móveis de luxo. Madeira de lei é sinônimo de madeira boa. Esta expressão tem origem no período imperial, quando “A Carta de lei, de 15 de outubro de 1927”, proibia o corte de determinadas madeiras próprias para construções. Esta expressão hoje nada significa e deve ser abandonada. As madeiras devem ser citadas pelos seus nomes científicos ou, então, pelos seus nomes popularmente consagrados.
O jacarandá-de-minas continua sendo confundido com o jacarandá-da-bahia, como pode ser comprovado em muitos documentos disponibilizados na Internet, onde, por exemplo, são veiculadas apreensões de toras de madeiras de Jacarandá cuspidifolia pelos fiscais do IBAMA.
O jacarandá-de-minas perde completamente sua folhagem antes de florescer e seus frutos se abrem espontaneamente para liberarem as sementes. Cada kg de fruto tem, em média, 33 mil sementes. Devido à alta taxa de germinação, esta espécie poderia estar mais disseminada pelo campus da Cidade Universitária da Ilha do Fundão; para isso, bastaria a distribuição de mudas para serem plantadas pelos estudantes em datas oficiais comemorativas do calendário nacional.
JENIPAPO: Genipa americana
JENIPAPO: Genipa americana
O jenipapeiro é uma árvore de porte elegante, da família Rubiaceae, a mesma do café, que pode alcançar de 4 a 15m de altura. Possui copa ramificada e bastante frondosa, com flores grandes e cujo fruto aromático, com polpa delicada e sabor adocicado, é muito usado para a preparação de doces e licores. A madeira desta árvore, relativamente pesada, é utilizada para a confecção, por exemplo, de cabos de ferramenta e coronhas.
Os índios brasileiros usam a seiva do fruto do jenipapo para pintar o corpo, conferindo-lhe uma coloração negro-azulada. As tatuagens de cores pretas dos indígenas muito impressionaram os colonizadores. Hans Staden, o alemão que quase foi comido pelos índios tupinambás do litoral de São Paulo, assim se referiu à árvore do jenipapo: “Numa árvore que os selvagens chamam de jenipapo ivá, cresce uma fruta que tem certa semelhança com a maçã. Os selvagens mascam essa fruta e espremem o suco dentro de um vaso. Com ele é que se pintam. Quando esfregam o suco sobre a pele, no início parece água. Mas depois de algum tempo a pele fica tão preta como se fosse tinta. Isso perdura até o nono dia. Depois a cor desaparece, mas não antes desse prazo, mesmo quando eles se lavam muitas vezes”.
Alguns jenipapeiros podem ser encontrados na Ilha do Fundão, na área do Centro de Tecnologia, ao lado da pista principal.
O poeta Vinícius de Moraes, na canção “O pato”, cuja composição é de Toquinho, engasga a ave com um pedaço de jenipapo, como pode ser visto na letra da música:
“Lá vem o Pato
Pata aqui, pata acolá
La vem o Pato
Para ver o que é que há.
O Pato pateta
Pintou o caneco
Surrou a galinha
Bateu no marreco
Pulou do poleiro
No pé do cavalo
Levou um coice
Criou um galo
Comeu um pedaço
De jenipapo
Ficou engasgado
Com dor no papo
Caiu no poço
Quebrou a tigela
Tantas fez o moço
Que foi pra panela.”
Leite materno
Leite materno
O leite materno é o melhor alimento para o bebe por conter todos os nutrientes necessários nos primeiros seis meses de vida. Atua na proteção imunológica contra doenças infecciosas, na adequação nutricional e no desenvolvimento afetivo e psicológico das crianças.
Atualmente, recomenda-se amamentação exclusiva por aproximadamente 6 meses, e manutenção do aleitamento materno complementado até os 2 anos ou mais. Ainda assim, é baixo o número de mulheres que amamentam seus filhos segundo esta recomendação.
Durante os primeiros dias após o nascimento, a mulher produz um leite denso, pegajoso e amarelado, conhecido como colostro. Contém anticorpos contra agentes infecciosos, tem efeito laxativo e ajuda o bebe a expulsar as primeiras fezes, diminuindo a probabilidade da icterícia neonatal. Embora em pouca quantidade, o colostro é tudo o que o recém nascido necessita durante os primeiros dias de vida. Em seguida, o leite aumenta de quantidade, muda de aparência e composição, com o aumento dos níveis de gordura e açúcar.
Vale destacar que não existe “leite fraco”. A criança que é amamentada ao seio sente mais fome (chora mais porque é o único modo de comunicação) porque a digestibilidade do leite materno é melhor que a do leite de vaca. A caseína, em pH ácido, forma um grande “coágulo” (queijo) que dificulta o ataque das enzimas digestivas. Assim, o bebê gasta mais tempo para digeri-la. O leite humano, em meio ácido, forma “flocos” de proteínas, tornando-o mais digestivo.
O leite humano contém aproximadamente 40g/L de gordura, colesterol, ácidos graxos essenciais e vitaminas lipossolúveis, 43% de açúcares, 6% de proteínas e contém maiores concentrações dos aminoácidos cistina e taurina, fundamentais ao desenvolvimento do sistema nervoso central.
A lactose é o açúcar predominante do leite. Sua presença de auxilia a proliferação do Lactobacillus bifidus, que inibe o crescimento de microorganismos evitando o aparecimento de infecções intestinais.
A amamentação também traz benefícios para a saúde da mulher, reduzindo o câncer de mama e de ovário, alguns tipos de fraturas ósseas por osteoporose e reduz o risco de morte por artrite reumatóide. Vale acrescentar que a mulher que amamenta recupera mais rapidamente seu peso.
O Café
O Café
A bebida do café é obtida das sementes torradas de arbustos do gênero Coffea, família das rubiáceas. Entre as mais de 80 espécies existentes, duas têm importância econômica: C. arabica, o café arábica, e C. canephora, ou café robusta. O café arábica produz bebidas mais suaves e adocicadas, sendo mais apreciado.
O café é o gênero alimentício mais consumido depois da água. Não há evidências científicas sobre quando e por quem foi descoberto, apenas que teve origem no Oriente. Reza a lenda que o café era oferecido aos animais de pastagem, que ficavam agitados após sua ingestão, o que disseminou seu uso entre os habitantes locais e os religiosos, facilitando a vigília noturna por seu poder estimulante.
O teor das substâncias presentes no café varia com a espécie, variedade, composição do solo, condições climáticas, grau de maturação dos frutos, torrefação, granulometria após a moagem e pela forma de preparo da bebida, tornando sua composição bastante variável e associada a fatores culturais e geográficos.
A bebida do café é uma boa fonte de ácido nicotínico (vitamina B3) e de minerais como potássio, ferro e manganês. Também contém compostos bioativos como a cafeína, estimulante do sistema nervoso central, e os ácidos clorogênicos. Estes são compostos fenólicos, abundantes na bebida, que possuem atividade antioxidante, antibacteriana e hipoglicemiante, e tornam o café uma das maiores fontes de antioxidantes entre os alimentos consumidos. Por isso, a bebida do café passou a ser considerada como um alimento funcional.
Independente de sua contribuição à saúde ou da forma de preparo, o café está conectado à imagem de prazer, aproximação entre as pessoas e relaxamento, possuindo uma importante função social em quase todos os povos do mundo. A riqueza e a complexidade do aroma das sementes torradas do café, formado por mais de mil compostos voláteis, o tornam uma bebida singular.
Adriana Farah
O início do Ensino Superior em Química
O início do Ensino Superior em Química
A Química moderna nasceu por volta de 1600, da confluência de três fatores: os aspectos práticos da alquimia, a filosofia natural e as artes práticas. Em 1610, é criada a primeira cátedra de Química numa universidade, a cadeira de quimiatria, no curso de medicina da Universidade de Marburg (Alemanha).
No século XVIII, a instituição universitária sofreu um certo declínio e, com isso a Química passou a ser cultivada em academias científicas, em outras instituições de ensino, como as escolas de minas, e em laboratórios de entidades públicas ou privadas. Surge então um novo local para uma prática acadêmica: o laboratório.
O iluminismo marcou, ao mesmo tempo, o fim da universidade medieval-escolástica e humanista-clássica, e o surgimento da nova universidade liberal e científico-tecnológica. A Química passa a ter seus próprios campos de trabalho, encontrado nos temas de interesse do Estado, abrindo, assim, o caminho para a sua plena institucionalização, e para a profissionalização dos químicos. A institucionalização da Química nas universidades se deu através das faculdades de medicina, nas cátedras de química e botânica ou de química e farmácia, no ensino de metalurgia e tecnologia, e como disciplina independente nas faculdades de filosofia.
Os diferentes movimentos político-sociais e culturais do período de transição do século XVIII para o século XIX – Revolução Francesa, Período Napoleônico, Romantismo, Naturphilosophie – tiveram efeitos variados sobre o ensino das ciências, em geral, e sobre a prática científica. A Química adquiredefinitivamente, o papel de ciência independente, e seu ensino torna-se mais experimental. O ensino formal, teórico e prático da Química era uma necessidade tecnológica e econômica dos novos tempos, consolidado pela Revolução Industrial. Nessa tarefa, as “grandes escolas” típicas do ensino francês foram particularmente importantes. A fragmentação da atividade científica nas várias escolas, em detrimento de uma universidade integradora, o ensino desvinculado da pesquisa e a inexistência de uma formação sistemática de pesquisadores faz com que a França perca a sua liderança científica.
Se, a partir da segunda metade do século XVIII, generaliza-se o ensino de Química nas universidades, não se pode dizer que havia uma metodologia ou sistemática geral para o seu ensino. Somente no século XIX surgiram os laboratórios de ensino, com objetivos pedagógicos específicos. A Alemanha assume a primazia, na pesquisa, pela indissociabilidade pesquisa – ensino.
Podemos, então, fazer uma breve apreciação: o surgimento da Química, enquanto disciplina universitária, está associada à sua própria origem como ciência: uma ciência prática no século XVI, uma ciência independente no século XVII, uma ciência independente e racionalmente organizada no século XVIII, e a profissionalização da ciência no século XIX. Como atividade didática e acadêmica na universidade, identificamos quatro períodos: o quimiátrico, a química ligada à medicina; o aplicado, de cunho mais tecnológico, e o da química científica independente, ligada às faculdades de filosofia e aos laboratórios de ensino e pesquisa.
Antes de 1810, o professor de química normalmente conduzia sozinho as suas pesquisas, fazendo apenas demonstrações pedagógicas de seus experimentos e, ocasionalmente, convidando os alunos mais brilhantes para o trabalho em seu laboratório pessoal. A partir de 1830, principalmente na Alemanha, muitas universidades passam a oferecer aos alunos de química, laboratórios de treinamento, como complemento essencial do processo educativo.
Professor Júlio Carlos Afonso
Os beija-flores
Os beija-flores
Os beija-flores são polinizadores eficientes nas regiões tropicais. A co-evolução destas aves com as plantas floríferas levaram a adaptações perfeitas entre as formas e profundidades das flores e o comprimento e o formato dos bicos dos beija-flores, numa complementaridade e sintonia perfeitas.
Ao retirarem o néctar das flores, os beija-flores se lambuzam de pólen e o transferem para outras flores quando as visitam em busca de alimento. São esses “beijos” que promovem a fecundação cruzada e garantem a sobrevivência da planta: uma troca de beijos por alimento.
As flores têm pontos, manchas ou figuras, cujos coloridos contrastam com as suas tonalidades internas. São esses contrastes que guiam os beija-flores para os depósitos de néctar. Por trás desses tons estão algumas substâncias naturais, geralmente uma classe de compostos que os químicos de produtos naturais denominaram de flavonóides. Os flavonóides podem ser divididos em sub-classes. Uma das mais importantes dessas sub-classes são as antocianidinas, as quais são, muitas vezes, as responsáveis pelo colorido todo especial de flores e frutos.
Os Canários
Os Canários
Os canários foram no passado, durante muito tempo, usados pelos mineiros como sensores biológicos nas minas de carvão para a detecção de gases tóxicos, principalmente, de monóxido de carbono, ou como sinalizadores para a indicar a diminuição da concentração de oxigênio nas minas. A morte por asfixia ou o aparecimento de sintomas como dificuldades respiratórias nessas aves era o alarme para os mineiros abandonarem rapidamente o trabalho nas minas de carvão.
Os canários-da-terra, primos próximos dos canários belga, estão voltando a revisitar o campus da Ilha da Cidade Universitária. Será que essa volta significa que a qualidade do ar que respiramos na Cidade Universitária está melhorando? Quem diria, além de belos e afinados os canários belga já foram sentinelas nas minas de carvão.
Os Jogos Pan-americanos e parapan-americanos
Os Jogos Pan-americanos e parapan-americanos
Os jogos PAN-AMERICANOS incluem esportes do Programa Olímpico e outros não-olímpicos. Realizados de quatro em quatro anos, sempre um ano antes dos Jogos Olímpicos, tiveram sua primeira edição em 1951, em Buenos Aires, capital da Argentina. Porém sua origem remete a 1932, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles. Inspirados pela realização, seis anos antes, dos primeiros Jogos Centro-americanos, representantes de países latino-americanos no Comitê Olímpico Internacional (COI) propuseram a criação de uma competição que reunisse todos os países das Américas, com o intuito de fortalecer o esporte na região. A idéia deu origem ao primeiro Congresso Esportivo Pan-americano, realizado em Buenos Aires, em 1940. A princípio, o Congresso definiu que os Jogos inaugurais seriam disputados em 1942, na própria capital argentina – planos adiados pela Segunda Guerra Mundial. Ao fim do conflito, um segundo Congresso Esportivo Pan-americano, em Londres, durante os Jogos Olímpicos de 1948, confirmou Buenos Aires como sede da primeira edição dos Jogos Pan-americanos, marcados, enfim, para 1951.
Ao longo de mais de 50 anos, os Jogos Pan-americanos jamais deixaram de ser disputados, e passaram por cidades de todos os cantos do continente: do extremo Norte, como Winnipeg (Canadá, sede de duas edições do evento, 1967 e 1999), até o Sul, como Mar Del Plata (Argentina, que recebeu os Jogos de 1995). No meio desse caminho, os Jogos Pan-americanos também visitaram a Cidade do México (México, 1975), Chicago (Estados Unidos, 1959), Cáli (Colômbia, 1971), San Juan (Porto Rico, 1979), Caracas (Venezuela, 1983), Indianápolis (Estados Unidos, 1987), Havana (Cuba, 1991) e Santo Domingo (República Dominicana, 2003). Além disso, já passaram pelo Brasil. Em 1963, São Paulo recebeu a quarta edição do evento, considerada um sucesso.
No dia 24 de agosto de 2002, na Cidade do México, a Assembléia da Organização Desportiva Pan-americana (ODEPA) escolheu o Rio de Janeiro como cidade-sede dos XV Jogos Pan-americanos, numa disputa com a cidade de San Antonio (EUA). Neste mesmo dia foi assinado o “Acuerdo de Responsabilidades Y Obligaciones para la Organización de Los XV Juegos Panamericanos Rio 2007”, que prevê uma série de obrigações para a realização dos Jogos.
Outro aspecto importante é que, pela primeira vez na história, em 2007 os Jogos PARAPAN-AMERICANOS serão disputados na mesma cidade, utilizando as mesmas instalações e organizados pelo mesmo comitê. Os Jogos Parapan-americanos Rio 2007 farão parte do sistema de classificação para os Jogos Paraolímpicos – Pequim 2008, em todas as modalidades incluídas em seu programa.
Os Jogos Pan e Parapan-americanos Rio 2007 são considerados hoje, exemplos da capacidade brasileira de captar, sediar e organizar grandes eventos internacionais, fundamentais para atrair novos investimentos para o País, gerar empregos e promover desenvolvimento social das comunidades brasileiras.
Fonte: XV Jogos Pan-americanos Rio 2007 – Plano Estratégico de Ações Governamentais – Ministério do Esporte
Pizza com manjericão fresco no fogão à lenha: por que é tão bom?
Pizza com manjericão fresco no fogão à lenha: por que é tão bom?
O cozimento da massa de pizza num forno de tijolo ou pedra, abastecido internamente com lenha, faz a pizza ficar, realmente, mais crocante e saborosa do que nos fornos de aço caseiros.
Este fato se deve ao aumento da capacidade calorífica e da emissividade do tijolo e da pedra frente aos metais. Ambos conservam melhor o calor que o aço, sem que haja um aumento excessivo de sua temperatura, ou seja, há mais calor distribuído, de modo mais homogêneo e por mais tempo, o que melhora a consistência da massa assada. E quanto mais grossa a parede do forno, melhor é a retenção do calor.
Quanto a emissividade, que mede a tendência de um corpo em emitir radiação, novamente há uma perda com o aço inox. A radiação absorvida por um material tende a ser, logo em seguida, emitida. Mas cada material realiza esta emissão de modo distinto. Os metais, de modo geral, apresentam emissividade baixa, emitindo uma pequena parte da radiação que recebe, ou seja, transferem mal o calor, seja para o ar ou para a massa da pizza que estão em contato com as paredes do forno.
Os tijolos ou a pedra, por sua vez, emitem quase toda radiação que recebem, aquecendo de modo mais eficiente o alimento em contato, favorecendo a eliminação da água e tostando melhor a massa.
O manjericão usado na culinária é uma erva (Ocimum basilicum L.) que, como várias outras, possui seus óleos essenciais dispostos em glândulas, pelos ou compartimentos celulares especializados. São usados na comunicação química das plantas. Durante a secagem, estes compartimentos sofrem alterações, favorecendo mais rapidamente a perda de seus constituintes químicos. Logo, o ideal na culinária é usar a folha fresca e não adicioná-la muito antes da pizza ser servida, pois o calor fará evaporar este óleo perdendo seu aroma e gosto.
Claudia Moraes de Rezende
Você “come com os olhos”?
Você “come com os olhos”?
Muitos esforços tem sido realizados para reduzir a adição de corantes artificiais a diversos alimentos, substituindo-os por corantes naturais. Os corantes artificiais, normalmente do grupo químico azóico, são capazes de provocar reações alérgicas numa fração representativa da população mundial. Ainda que a quantidade adicionada seja pequena, são consumidos diariamente em refrigerantes, laticínios, balas e biscoitos.
Vários países, entre os quais o Brasil, já proibiram a adição de diversos corantes artificiais, e a expectativa é que sejam definitivamente banidos nas próximas décadas.
Por outro lado, cresce o apelo à adição dos corantes de origem natural. O que para a indústria nem sempre é muito fácil, já que costumam ser mais caros que os artificiais, mais instáveis e nem sempre compatíveis com a formulação de base aquosa dos alimentos.
Os principais corantes naturais disponíveis no mercado colorem os alimentos do amarelo ao vermelho, sendo eles: o urucum, obtido das sementes de Bixa orellana L.; a páprica, obtida do pimentão vermelho, Capsicum annuum L.; a curcuma, obtida dos rizomas de Curcuma longa L.; a luteína, o licopeno e o beta-caroteno, do grupo dos carotenóides; as antocianinas e o carmim da cochonilha (Dactylopius coccus), um inseto parente dos pulgões e cigarras que produz um dos corantes naturais consumidos no mundo e a clorofila, um pigmento verde.
Uma alternativa para aumentar a estabilidade e compatibilidade destes pigmentos nas matrizes alimentícias é o encapsulamento. Entre essas técnicas, a mais empregada é o “spray-dryer”ou secagem por nebulização, que usa materiais como goma arábica e maltodextrinas para recobrir finamente o produto de interesse, reduzindo alterações indesejáveis como as oriundas das reações de oxidação, hidrólise ou isomerização.
Claudia Moraes de Rezende