Meio ambiente
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Projeto I-Flora: estudo, análise e registro da biodiversidade da Mata Atlântica e de seu potencial científico
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Originalmente presente em uma extensa parte da região litorânea do Brasil, a Mata Atlântica vem passando, nos últimos séculos, por um intenso processo de degradação. Desde o período colonial, com a realização de atividades predatórias como a extração desordenada de recursos naturais como por exemplo o Pau-brasil, metais e pedras preciosas, bem como a implementação em grande escala da monocultura da cana-de-açúcar e do café, até os dias atuais, com o avanço da industrialização e a crescente urbanização da população brasileira, estima-se que cerca de 90% de sua cobertura original tenha sido devastada.
Detentora de um dos mais ricos e diversificados ecossistemas de todo o planeta, com mais de vinte mil espécies vegetais (cerca de 35% das espécies existentes no Brasil, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente), incluindo várias endêmicas e ameaçadas de extinção, assim como uma enorme variedade de animais, sobretudo aves, anfíbios, peixes, mamíferos e insetos, além de inúmeros micro-organismos, a Mata Atlântica é notoriamente um patrimônio natural de toda a humanidade, tendo sido considerada nacional e internacionalmente como uma das áreas prioritárias para a conservação mundial, a qual deve ser protegida, preservada e amplamente estudada, haja vista o seu imensurável potencial químico, biológico e genético.
Neste sentido, é importante ressaltar a localização privilegiada do estado do Rio de Janeiro, cujo território está integralmente inserido no domínio da Mata Atlântica. Estima-se que, por volta do século XVI, o Estado do Rio de Janeiro possuía uma cobertura vegetal de 97% de sua área, porém atualmente esta cobertura está representada por 31% de vegetação remanescente. Tais fragmentos encontram-se em locais de maiores declividades e elevações que compõem a Serra do Mar e os Maciços litorâneos, assim como em propriedades particulares. As principais ameaças contemporâneas à Mata Atlântica no Rio de Janeiro são a especulação imobiliária, a expansão agropecuária, as queimadas, a presença de dutos para transporte de minério e gases, a introdução de espécies invasoras, o extrativismo ilegal, dentre outras.
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Apesar da intensa perda da cobertura vegetal original, o Rio de Janeiro permanece como um dos estados com maior biodiversidade do bioma, destacando-se como um território estratégico para a conservação da Mata Atlântica. Contudo, para conservá-la é necessário conhecê-la profundamente em seus diversos aspectos. Sendo assim, é de extrema necessidade a implementação de estudos cujo objeto seja a flora fluminense.
A fim de atender a este propósito, foi instituído o Projeto I-FLORA, o qual conta com a participação de docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal Fluminense (UFF), além de pesquisadores do Jardim Botânico e da Fundação Osvaldo Cruz (FIOCRUZ). O objetivo principal deste projeto é ampliar e aprimorar o conhecimento científico sobre as espécies vegetais que compõem o bioma da Mata Atlântica, bem como realizar o inventário da flora fluminense, agregando valor a sua biodiversidade através de estudos químicos e biológicos.
Entre os diversos trabalhos realizados por este grupo, destaca-se também a coleta in loco de espécies pertencentes principalmente a famílias botânicas bem representadas no Estado e, assim, contribuir para o enriquecimento dos Herbários da UFRJ e do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Além das plantas vasculares, este projeto abrange também o estudo sobre os produtos naturais de algas marinhas e o uso de seus metabólitos secundários como marcadores taxonômicos, a criação e expansão de uma extratoteca e de um banco de sementes dos frutos coletados.
O Projeto I-FLORA é desenvolvido com o apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – FAPERJ, importante Agência Estatal de Fomento à pesquisa, à ciência, à tecnologia e à inovação.
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Para maiores informações e detalhes sobre este projeto, acesse aqui a página eletrônica do Projeto I-FLORA ou pelo link: www.i-flora.iq.ufrj.br.
E-mail para contato:
i-flora@iq.ufrj.br
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Fonte:
– LOBÃO, A. Q., SOMMER G., TROVÓ M. e TAMOIO N. – Diversidade da flora do Estado Rio de Janeiro. Texto presente na página eletrônica: www.i-flora.iq.ufrj.br/sobrerj_matlantica.html
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