É com imenso pesar que comunicamos o falecimento da Professora Aïda Espínola, aos 95 anos, ocorrido na madrugada do dia 29 de julho de 2015.
Nascida no dia 18 de abril de 1920, na cidade do Rio de Janeiro, Aïda Espínola formou-se em Química Industrial no ano de 1941 e Engenharia Química em 1954 pela Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Quatro anos depois, em 1958, obteve o título de Mestre (M.Sc.) em Química Analítica na University of Minnesota, Mineápolis – Estados Unidos, sob a orientação do Prof. Ernest Birker Sandell. Obteve ainda, em 1974, a titulação de Doutora (Ph.D.) em Eletroquímica pela Pennsylvania State University, Pensilvânia – Estados Unidos.
Posteriormente, realizou três Pós-Doutorados (Engenharia Eletroquímica, Eletrocatálise e Elipsometria) na Universidad de La Plata – Argentina.
Aïda Espíndola iniciou sua carreira profissional em 1942, aos 21 anos, como Química Tecnologista do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), no qual implantou e chefiou o Laboratório de Análises Químicas de Rochas (depois renomeado Laboratório de Geoquímica). Durante anos, esse foi o único laboratório no Brasil a realizar análises químicas completas de rochas, atendendo geólogos e mineralogistas brasileiros e estrangeiros e colaborando para a evolução da exploração de óleo e gás no país.
Em 1973, foi requisitada pelo Centro Técnico Aeroespacial (CTA) para desenvolver um gerador de energia para o primeiro satélite brasileiro, principal missão do CTA na época. Foi o início de sua pesquisa em pilhas a combustível.
Docente Titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Pesquisadora Emérita do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Dra. Aïda atuou também como Professora Visitante da Florida Atlantic University (Estados Unidos), Universidade Federal da Bahia – UFBA, Universidade Federal de Pernambuco – UFPE.
Considerada uma das pioneiras na Química brasileira, Professora Aïda Espínola foi uma das precursoras nos estudos das rochas dos reservatórios de petróleo no Brasil, que mais tarde serviriam de base para as análises da camada pré-sal.
Em 2013, aos 93 anos, lançou o livro intitulado “Ouro Negro”, o qual conta a história do petróleo no Brasil, desde a descoberta em 1939 do poço de Lobato, na Bahia, até os campos do pré-sal. Para escrevê-lo, recuperou parte da pesquisa realizada no Laboratório de Análises Químicas de Rochas, no início de sua carreira.
Professora Aïda Espíndola teve atuação bastante destacada no Magistério Superior e em pesquisa nas áreas de Química, Mineralogia e Geologia, bem como na Geração Eletroquímica de Energia e em Despoluição Ambiental.