Nota da Comissão de Acessibilidade
A nossa LBI é abrangente e não restringe as suas leituras sobre Educação somente ao Ensino Básico, ela é ampla e atinge ao Nível Superior.
Por conta da Lei das Cotas (2016), a política de Acessibilidade e Inclusão vem crescendo com o acesso dos alunos com deficiência e necessidade específica educacional pelas ações afirmativas na modalidade por deficiência.
Nossa Comissão de Acessibilidade tem feito desde que a DIRAC (Diretoria de Acessibilidade) um trabalho em parceria com essa diretoria e com o Fórum Permanente UFRJ Acessível e Inclusiva e muitas das recomendações abaixo apresentadas são realizadas e estão relatadas em nosso novo espaço: o site “Acessibilidade“.
Portanto, a cada período, os nossos alunos com essas características, ou seja, tanto os alunos dos cursos oferecidos pelo IQ quanto os alunos que nos chegam através de disciplinas oferecidas a outros cursos, são atendidos pela Comissão e acompanhados em seu percurso, caso necessitem de algum recurso ou mediação com os professores.
Nós também mediamos a orientação pedagógica de algumas dicas de recursos específicos a cada tipologia que o aluno apresenta. Oferecemos a esses professores o contato com a Comissão abrindo um canal para dúvidas e esclarecimentos no percurso dos períodos.
O IQ tem dado passos pioneiros na UFRJ para buscar espaços e diálogos para garantir a acessibilidade e inclusão dos alunos ingressantes por ações afirmativas por deficiência, bem como os que temos conhecimento e são ingressantes por ampla concorrência, desde que declarando-se comprovadamente.
Contamos com toda a comunidade do IQ para que esse trabalho seja próspero e possamos dar continuidade a esse novo olhar.
Segue a leitura que indicamos para conhecimento de todos:
Como o diretor pode apoiar professores e familiares das crianças com transtorno de aprendizagem
Olá, diretores
Vocês têm acompanhado o debate sobre inclusão nas escolas brasileiras? Entendemos que esse diálogo é muito importante. As crianças que demandam acompanhamento específico, seja por conta de uma deficiência ou de um transtorno de aprendizagem, devem, sim, estar inseridas e ser acolhidas dentro do espaço escolar. Como qualquer outra criança. Porém, toda essa discussão algumas vezes fica bem distante da realidade vivenciada dentro da escola.
O espaço escolar, muitas vezes, enfrenta uma avalanche de situações adversas em seu cotidiano. Problemas de infraestrutura, dificuldades de aprendizagem, distorção idade/série dos alunos, evasão, distanciamento familiar e por aí vai.
Não devemos colocar a inclusão nessa lista de “problemas” já mencionados, não é a intenção. Mas é preciso que toda a escola entenda e se organize para receber bem os alunos com deficiência e transtornos de aprendizagem. Uma boa maneira de começar é conversando abertamente sobre o assunto com a equipe de professores, que também deve ter acesso aos laudos dos alunos que irão receber.
É necessário que todos possam conhecer cada caso, e a partir daí, a escola se prepara para acolher as famílias que confiam a nós os seus filhos, ajudando-as a entender como vai ser o processo de socialização e aprendizagem de suas crianças e como eles podem participar efetivamente de tudo isso.
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Aqui na EMEIEF Boa Vista do Sul, assim como nas demais escolas da rede municipal de Marataízes, no Espirito Santo, contamos em sala de aula com a presença de um professor concursado especializado em Educação Especial. Esse profissional é responsável por ajudar os alunos que apresentam laudos no processo de socialização e aprendizagem, mas sempre em sintonia com o professor regente da turma ou das disciplinas.
Na primeira reunião do ano, disponibilizamos os laudos dos alunos e anexamos os mesmos no diário de cada professor. Desta maneira, todos começam a compreender que aquele aluno não é responsabilidade somente do professor da Educação Especial, mas do professor regente e de toda a escola.
Temos, hoje, sete alunos com laudo na escola, vivendo esse processo de inclusão. O respeito às limitações de cada um deles e, ao mesmo tempo, a crença de que eles podem fazer muitas coisas, têm sido a meta de nossa escola.
Organizei algumas dicas que acho que são valiosas para você, diretor, aplicar com seus professores, funcionários e alunos, em busca de uma escola cada vez mais inclusiva:
– informar os professores sobre a presença de todos os alunos com deficiência e transtornos de aprendizagem da escola. Hoje, a criança pode estar sob responsabilidade de um docente, mas no ano que vem, será de outro. Quanto mais houver comunicação entre os profissionais, melhor;
– fazer reuniões com os responsáveis pela criança para ouvi-los quanto aos detalhes descritos no laudo de seus filhos, sobre os medicamentos ministrados para cada criança e outras particularidades que a escola precise saber;
– incentivar os professores a inserir os alunos em todas as atividades possíveis dentro da sala de aula;
– propiciar momentos de socialização e entendimento dentro das turmas, para que os demais alunos também acolham seu colega.
Nas reuniões de pais que organizo, busco falar sobre alguns transtornos de aprendizagem e sobre os alunos que demandam um acompanhamento mais específico. Boa parte do material que eu uso é do site da Associação de Pais Inspirare, criado por mães de crianças com transtornos de aprendizagem e psicólogas profissionais. Vale usar como material de consulta, mas tendo sempre em mente que cada realidade é uma, e cada aluno é especial dentro de suas características.
Para acompanhar os casos de inclusão de sua escola, leia muito mas também converse bastante com os pais das crianças e os profissionais especializados.
Espero ter ajudado! Você tem algum caso de inclusão bem-sucedida que queira compartilhar conosco? Conte nos comentários!
Um abraço,
Marlucia Brandão
Marlucia Brandão é diretora da EMEIEF Boa Vista do Sul, em Marataízes-ES, desde 2016, e professora de Língua Portuguesa, com especialização em Linguística Aplicada ao Português, Psicopedagogia Institucional e Ciências da Educação. Deu aulas em todas as etapas, da alfabetização à Educação de Jovens e Adultos (EJA). Também foi Secretária de Educação de Marataízes entre 2011 e 2012.
Fonte: Revista Gestão Escolar